Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Brasileiros trocam downloads de música por serviços de assinatura

Por Comunicação. Publicado em 28/04/2015 às 00:00. Atualizado em 07/07/2018 às 17:46.

O consumo de música por download pode estar com os dias contados, e a substituição desse modelo pelo de assinatura está acontecendo mais rapidamente no Brasil, mostram dados recém-divulgados pelo setor fonográfico. O streaming passou a representar a maior parte (51%) do faturamento de música digital no país, deixando em segundo plano o proveniente de downloads (de serviços como o iTunes), que passou a representar 30% do total, e o de telefonia móvel (ringtones) com os restantes 19%.

O crescimento do modelo, que permite ao assinante acessar e ouvir um catálogo de milhões de faixas, sem permitir que manipule os arquivos, foi de 53,6% por aqui e de 39% no resto do mundo. “Temos um crescimento que é até difícil de ser analisado porque é exponencial”, diz o diretor de negócios do Napster na América Latina, Roger Machado.

“O uso crescente de smartphones cria condições mais do que favoráveis para que o setor continue crescendo significativamente”, disse em nota Paulo Rosa, presidente da ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos). Outra novidade que traz o anúncio feito na última semana pela IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica) é que o faturamento digital se igualou ao proveniente de CDs, DVDs musicais e vinis pela primeira vez.

No Brasil, segundo a ABPD, os formatos eletrônicos estão quase lá: são 37,5% do total, ante 40,6% dos físicos. “Em um futuro não distante, os discos virarão memorabilia, e há de se considerar a quase presente inexistência de vendas [por download] de música digital”, diz Dauton Janota, diretor do serviço de música por assinatura Pleimo.

“Uma evidência disso é que a Apple comprou a Beats Music”, diz sobre a aquisição da empresa de streaming pela companhia pioneira do download como negócio, no começo do ano passado. Também no início de 2014 que o serviço Spotify, líder mundial, foi lançado por aqui, anos depois de Deezer e Rdio, seus maiores rivais, e algunsmeses antes do Google Play Music All Access. Apesar do grande número de atores no segmento, o adversário é o desconhecimento, segundo Machado, do Napster. “Estamos longe de brigar pelo cliente. O que vivemos é quase uma cruzada de evangelização para explicar o que é o streaming.”

O método, conhecido como “download progressivo”, permite ouvir a faixa sem esperar o fim da transferência, e remunera artistas conforme o número de execuções. Foi adotado pelo Napster para o renascimento da marca, conhecida no começo dos anos 2000 por brigas com artistas, como num famoso caso contra o Metallica. À época, o software usava o sistema P2P (de máquina a máquina) para compartilhamento de arquivos, principalmente de música, e permitia troca de conteúdo pirateado.

 

 

Fonte: Folha de S. Paulo