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Eventos climáticos graves que atingem o Sul do Brasil têm influência humana

Por Jornalismo. Publicado em 23/07/2020 às 11:25.

Muitos episódios climáticos extremos têm atingido ou ameaçado a região Sul nos últimos dias. A repórter Amanda Yargas conversou com um professor da área de geologia ambiental para entender quais as causas destas mudanças e o que pode acontecer daqui para frente. Acompanhe.

 

 

 

 

Estiagem que já dura meses, ciclones deixando estragos, nuvem de gafanhotos se aproximando. Por que o sul do Brasil tem passado por eventos climáticos tão extremos? O professor de geologia ambiental da Universidade Federal do Paraná, Luiz Eduardo Mantovani, explica que houve um aumento na temperatura do Oceano Atlântico que contribuiu para a seca, os ventos intensos e o calor.

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Apesar dos episódios cíclicos da seca na região, o professor ressalva que há também um fator humano que influencia o clima em uma macro escala, com a derrubada da floresta, principalmente na Amazônia, responsável por grande parte das chuvas nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de outras regiões vizinhas.

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Estas correntes de ar quente que vêm do norte estão se acumulando devido ao próprio formato de cone da América do Sul, que afunila as massas de ar. Isto acontece desde a região Central do Brasil até o Charco Argentino, causando o tempo quente. Mas elas também interagem com as correntes de jato, massas de ar que se movem em velocidades acima de 150 km/h em camadas mais altas da atmosfera. Neste período as correntes de jato estão bloqueando a subida de frentes frias e contribuindo para temperaturas ainda mais altas com previsões de passar dos 30 graus em Porto Alegre na próxima semana. E é isso que está favorecendo o surgimento das nuvens de gafanhotos, que podem afetar fortemente produções agrícolas, como explica o professor.

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Alguns estudos preveem a chegada do fenômeno La Niña, que provoca o esfriamento das águas do Oceano Pacífico e uma temporada mais seca no cone Sul apenas para o fim do ano. Mas, outros modelos avisam que o fenômeno pode começar mais cedo, o que agravaria a situação já complicada por aqui.

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De Curitiba, repórter Amanda Yargas.