Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Rádio reescreve a própria história com novas tecnologias

Por Comunicação. Publicado em 22/05/2015 às 00:00. Atualizado em 07/07/2018 às 17:50.

Veículo continua onipresente na vida os brasileiros

 

Mesmo com o surgimento de novas tecnologias e mídias, o rádio continua sendo quase que onipresente na vida dos brasileiros. Nos carros, nas portarias de edifícios, nas casas, nos escritórios e nos celulares, o veículo foi buscando inovações e formas de se adaptar aos novos tempos e buscando caminhos para continuar relevante tanto para o público quanto para seus parceiros comerciais. Para o diretor-geral da Abert (Associação Brasileira de emissoras de Rádio e TV), Luis Roberto Antonik, é pelo rádio, por exemplo, que a população escuta notícias sobre a realidade de sua cidade. Segundo ele, apesar da globalização das comunicações, nenhuma outra informação interessa mais ao cidadão do que aquela que trata das questões que falam de seu cotidiano. “Este ainda é um grande trunfo do rádio. Por isso, ele segue sendo tão importante para a cidadania.”

De acordo com o executivo, com o avanço da internet e o surgimento de novas mídias o que vem mudando é o modo como se ouve rádio. “O aparelho convencional cada vez mais cede espaço para as novas plataformas digitais, como celulares e tablets.”

Para se ter uma ideia, em 2011, o rádio estava em 89% dos lares brasileiros. Em 2013, esse percentual caiu para 75%. No entanto, a audiência e o faturamento do meio não caíram. Segundo Antonik, isso demonstra que o veículo expande o seu alcance nas plataformas digitais. E essa tendência é cada vez mais intensificada. Para ele, os índices oficiais de penetração e audiência do rádio não revelam essa realidade. Cerca de 80% das emissoras brasileiras estão na rede mundial, por exemplo.

Um levantamento da Abert revelou também que 88% dos aparelhos celulares à venda no mercado contam com chip de rádio FM integrado. Outra pesquisa mostra que, das 4,6 mil emissoras de rádio existentes no país, 1.394 fazem uso de aplicativos para veicular programação e interagir com o ouvinte.

De acordo com ele, é pensando neste novo perfil de consumidor que a Abert vem incentivando o consumo de rádio em celulares e rádios. No final de 2014, a associação lançou a campanha “Smart é ter rádio de graça no celular”, para incentivar o usuário a comprar somente aparelhos celulares com chip de FM integrado.

O executivo ressalta a importância do rádio ao longo dos tempos. “A presença do rádio no Brasil foi decisiva para a construção da cultura tradicional brasileira, por exemplo. Artistas como Chacrinha, Carmem Miranda e até o lendário programa ‘Repórter Esso’ começaram no rádio e só depois ganharam o mundo.”

Mas o início do rádio aconteceu muito antes de aparecerem esses lendários personagens. O meio teve, em 1922, a sua primeira transmissão radiofônica, realizada durante a comemoração do primeiro centenário de independência do Brasil. Por meio de uma antena instalada no Corcovado, Rio de Janeiro, habitantes das cidades de Niterói, Petrópolis e São Paulo puderam ouvir o discurso do então presidente Epitácio Pessoa, na abertura da Exposição do Centenário. Na mesma noite, a ópera O Guarani, de Carlos Gomes, foi reproduzida. Era o início de uma história de sucesso. Até o advento da televisão, as donas de casa da época suspiravam com os romances das radionovelas. Enquanto isso, os homens acompanhavam aflitos aos jogos de futebol. Além de instrumento de entretenimento e informação, o rádio passou a se tornar canal de comunicação direta entre as autoridades e a população. Ainda hoje, a presidente Dilma Rousseff discursa semanalmente no programa “Café com a Presidenta”.

A primeira manifestação publicitária surgiu pouco tempo depois do surgimento do rádio, mas não ia além dos anúncios dos nomes dos patrocinadores, sem qualquer produção diferenciada que os destacassem do contexto do programa. Muitas vezes os anúncios veiculados em jornais e revistas eram simplesmente lidos, sem qualquer tratamento especial de texto. Percebeu-se, porém, que era necessário diferenciar a mensagem para torná-la mais persuasiva e atrativa. Foi então que as agências de publicidade que já se instalavam no paíspassaram a elaborar textos específicos para o veículo e mais adequados à divulgação dos produtos de seus clientes. Já no ano de 1932, a verba publicitária destinada ao rádio superava a verba destinada a painéis e cartazes.

Fonte: Abert