Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Inovação, mercado e perspectivas para 2019

Por Comunicação. Publicado em 14/01/2019 às 13:40.

O ano de 2018 foi marcado por muita instabilidade econômica e política, com reflexos muitos negativos junto ao mercado – e o segmento da radiodifusão não escapou deste cenário.

Paralelo a estes movimentos, houve ainda o crescente aumento das mídias digitais – que de acordo com os números do CEMP-MEIOS cresceu 10% enquanto o rádio perdeu 9% de participação quando comparamos os números do primeiro semestre de 2018 com 2017.

O grande ponto positivo foi a onda de migração das rádios AM para o dial FM – que ainda continua forte por todo continente brasileiro.

Então o que esperar para 2019?

O radiodifusor é um grande otimista por natureza, mas somente isso não será suficiente para contrapor os desafios que o mercado está impondo cada vez mais para o rádio.

Vou usar aqui um jargão antigo, mas necessário: o rádio tem que se reinventar!

Ouso perguntar:

– O que de novo o rádio tem realizado ou implementou de inovação nos últimos anos?

– Que novidades foram levadas às agências de publicidade e anunciantes para gerar e garantir resultados efetivos?

– Que ações criativas e de engajamento foram desenvolvidas junto aos nossos ouvintes?

Numa rápida avaliação muito pouco foi feito…

Continuamos na maioria das vezes com as antigas fórmulas comerciais e pacotes promocionais. Enquanto isso as plataformas digitais avançam fortemente, seja através das redes sociais – mídia segmentada de alto impacto e baixo custo ou serviços de streaming – como o Spotify – que seduz uma nova geração de ouvintes e consumidores.

Por isso mãos a obra! As ameaças e as oportunidades estão na mesa – aquele que não for rápido o suficiente para se adaptar desaparecerá naturalmente do mercado.

O rádio tem que se reinventar na forma de atender seu cliente – seu maior patrimônio. Não há mais espaço para uma visita sem que se conheça detalhadamente o negócio e o segmento de mercado em que atua o seu cliente – uma proposta comercial tem que estar alinhada e comprometida na geração de resultados efetivos – seja no aumento de venda de produtos e serviços, na valorização da marca ou no movimento no ponto de venda. Propostas convencionais tem que dar lugar a projetos especiais para cada cliente – a garantia da retenção do seu cliente depende exclusivamente da entrega de resultados gerada pelo investimento em mídia.

Outro ponto importante – uma atenção especial no relacionamento com o cliente, seus colaboradores e principalmente seu público consumidor. Conhecer hábitos de consumo irá auxiliar muitíssimo na produção de um spot ou de uma chamada ao vivo para despertar a atenção deste consumidor que diariamente é bombardeado por uma avalanche de informações – criar um diferencial é fundamental – e o rádio tem que usar sua capacidade criativa e de comunicação de massa para mobilizar e encantar seus ouvintes.

Estamos numa sociedade cada vez mais digital, não ficamos 2 minutos sem consultar nosso celular (que na realidade é um computador de bolso) para nos mantermos conectados com o que está acontecendo.

Por isso o rádio tem que ser multiplataforma:

– dispor de site atualizado e interativo

– aplicativo de streaming e de notícias ou entretenimento para celular

– estar ativo nas redes sociais buscando engajamento e mobilização

– oferecer novos canais de comunicação com o ouvinte

– ser criativo nas ações promocionais

– desenvolver projetos e eventos especiais

– participar de ações de responsabilidade social

– construir um banco de dados de ouvintes para relacionamento e ações conjuntas com anunciantes

Não faltará verba para boas ideias, por isso, conheça com profundidade o seu mercado local, a necessidade dos consumidores, as tendências e demandas da sociedade, as carências de cada comunidade e se faça presente em todas as plataformas digitais!

O principal DESAFIO será demonstrar a nossa capacidade de se reinventar e se integrar a esta nova cultura digital.

 

 

Márcio Villela

Empresário, Radiodifusor, Ex-presidente da AERP