Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

16.10 – BOLETIM – Agentes da Operação Hammer-on descobrem que Fernandinho Beira-Mar participava de esquema de lavagem de dinheiro

Por Toni Casagrande. Publicado em 16/10/2017 às 14:27. Atualizado em 18/07/2018 às 17:35.

Agentes da Operação Hammer-on, que investiga crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e organização criminosa, descobriram que o traficante Luís Fernando da Costa, mais conhecido como Fernandinho Beira-Mar, foi um dos clientes de uma rede de doleiros que movimentou oito bilhões e 500 milhões de reais durante os últimos 10 anos para criminosos do Brasil e do Paraguai. Segundo o procurador da República João Vicente Beraldo Romão, responsável por denunciar 34 pessoas na Operação Hammer-on, o esquema dos doleiros era dividido em cinco núcleos que atuavam nas cidades de Curitiba e Foz do Iguaçu e tinha participação de agências de câmbio do Paraguai. De acordo com o procurador, o objetivo final do valor movimentado era mandar o dinheiro lavado para o exterior. A Operação Scriptus, que envolve o traficante, foi deflagrada em dezembro de 2011 pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. A investigação começou depois que policiais encontraram, durante a ocupação do complexo de favelas do Alemão, 14 pedaços de papel que continham ordens de Beira-Mar, na época preso em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A partir daí, a polícia descobriu como um dos chefes do Comando Vermelho organizava o esquema de tráficos de drogas e armas e como lavava dinheiro. Fernandinho Beira-Mar está preso há 11 anos nas unidades de segurança máxima administradas pelo Departamento Penitenciário Nacional. Em 2008, ele foi condenado a 29 anos de prisão pelo juiz federal Sergio Moro por comandar uma quadrilha de tráfico de drogas, de dentro da cela no presídio federal de Catanduvas, no oeste do Paraná. Segundo a Polícia Federal, o grupo comandado por ele através dos bilhetes movimentou mais de nove milhões de reais. A defesa de Fernandinho Beira-Mar nega que ele tenha qualquer vínculo com os doleiros que atuam na fronteira do Brasil com Paraguai.