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Acordo de delação que prendeu Temer foi negado pela força tarefa da Lava Jato de Curitiba

Por Redação. Publicado em 22/03/2019 às 08:32.

O acordo de delação premiada que levou o ex-presidente Michel Temer à prisão foi recusada pela força tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba. O repórter Deividi Lira preparou uma reportagem sobre quais informações esta delação continha e também traz a repercussão da prisão de Temer entre as lideranças do MDB no Paraná.

As informações de que o ex-presidente Michel Temer recebeu um milhão e 100 mil reais de propina da Engevix, e que foram usadas pela Justiça Federal do Rio de Janeiro para prendê-lo nesta quinta-feira, faziam parte de uma tentativa de acordo de delação premiada dos executivos da empreiteira feita em 2016. Naquele ano a operação Lava Jato em Curitiba não aceitou o acordo com a empresa. Joaquim Antunes, um dos sócios da Engevix, contou nessa proposta que teve de pagar este valor para ficar com o contrato que a Argeplan havia ganho para fazer parte das obras da usina nuclear Angra 3, na Costa Verde Fluminense. A Argeplan pertence a um antigo amigo de Temer, o coronel reformado João Baptista Lima Filho.

Com a recusa da força-tarefa no Paraná, o acordo de delação foi fechado em 2018 com a Polícia Federal e homologado com mais outros quatro inquéritos pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal.
Os procuradores da Lava Jato no estado nunca explicaram o porquê rejeitaram a proposta de delação da Engevix.

Em nota enviada para a Rede AERP de Notícias na tarde desta quinta-feira, o Ministério Público Federal informou que, não comenta as supostas negociações de colaborações, seja de pessoas físicas ou jurídicas, e que o órgão só leva em consideração e se manifesta em relação a acordos homologados pela quinta Câmara de Combate à Corrupção e devidamente homologados pela Justiça nas instâncias responsáveis.

O ex-presidente Michel Temer foi preso na manhã desta quinta-feira por agentes da Polícia Federal enquanto saía de sua casa, em São Paulo. A determinação partiu do juiz federal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas. Além do ex-presidente, também foram presos o ex-ministro de Minas e Energia no governo Temer, Moreira Franco e o coronel João Baptista Lima Filho.

No Paraná, o partido de Michel Temer, o MDB, não se manifestou, mas o primeiro vice-presidente da Executiva no estado, deputado Anibelli Neto, falou com a gente e disse que a prisão do ex-presidente da República é uma vergonha para o partido à nível nacional.
Um dos pioneiros do MDB no Paraná, o ex-governador e ex-senador, Roberto Requião, publicou em sua conta no Twitter que “é fundamental que sejam seguidos os ritos processuais, que o direito de defesa seja amplo e respeitadas as garantias de cada cidadão.” Mas disse que, sua “alma brasileira, apesar de tudo está lavada”, com a prisão de Temer.

Repórter Deividi Lira.