Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

ÁGUA E ENERGIA – Cultivo alternativo vem ajudando a preservar a Mata Atlântica

Por Comunicação. Publicado em 25/04/2017 às 20:34. Atualizado em 18/07/2018 às 18:00.

O Brasil é um dos maiores produtores e consumidores de palmito no mundo. No entanto, sua produção sempre foi baseada na exploração de espécies nativas, como a palmeira juçara, da Mata Atlântica, e o açaí, da Floresta Amazônica. Com essa extração corria-se risco da extinção principalmente da juçara, espécie que morre logo após a colheita do palmito.
Para diminuir o problema, a palmeira pupunha se popularizou como uma alternativa sustentável econômica e ambientalmente. A espécie começa a produzir já com 18 meses e prossegue suas colheitas anuais por pelo menos mais dez anos. Outro diferencial é que este tipo de palmito não escurece rapidamente após o corte, uma vantagem em relação às demais palmeiras que possibilita a venda in natura com maior valor agregado.
Somente no Paraná, o segmento cresceu quase 4.000% nas últimas duas décadas e aumentou o valor bruto da produção de R$ 480 mil para R$ 19,5 milhões no litoral. Segundo Álvaro Figueredo dos Santos, pesquisador da Embrapa Florestas, a pupunha tem algumas características diferenciadas e ainda gera um bom retorno econômico aos pequenos produtores.
“É possível se realizar cortes durante o ano e durante vários anos. Outra característica diferenciada da pupunha é o de ser uma atividade que pode ser produzida dentro da agricultura familiar. Um produtor, com um hectare, a partir do momento que comercializa seu palmito in natura, pode ter uma boa renda agregada à sua atividade agrícola.”
O próximo desafio dos pesquisadores da Embrapa é viabilizar formas para que a produção de mudas seja mais barata. Hoje, o custo da semente é alto, pois elas vêm da Amazônia brasileira e peruana.