Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Massacre do Centro Cívico é lembrado neste 29 de abril

Por Redação. Publicado em 29/04/2019 às 08:37.

O dia 29 de abril se tornou mais uma data simbólica na luta dos professores e funcionários da Educação no Paraná. Em 2015, eles que participavam de uma manifestação contra a retirada de direitos e muitos ficaram feridos após serem alvejados pela Polícia Militar com bombas de gás e balas de borrachas.

Crédito Foto: Paraná Portal

 

29 de Abril de 2015. O que se via no Centro Cívico em Curitiba era uma multidão. Rostos determinados, vozes unidas em um coro.
50 mil pessoas entre educadores, servidores estaduais de outras áreas e até alunos, protestavam contra a retirada de oito bilhões de reais do fundo de previdência para pagar dívidas do estado. Naquele dia os deputados votariam a proposta. 1.682 policiais militares faziam a segurança em volta da Assembleia Legislativa. Quando os manifestantes avançaram para entrar no prédio e acompanhar a sessão, houve o confronto que foi noticiado no Brasil inteiro como Massacre do Centro Cívico.

A Polícia usou jatos de água para afastar os manifestantes, disparou balas de borracha e lançou bombas de efeito moral contra a multidão. De acordo com o Fórum das Entidades Sindicais, mais de 400 servidores ficaram feridos. Entre eles, estava o agente educacional Claudemir Corral. Emocionado, o funcionário de uma escola de Pitanga, na região central do Paraná, conta que foi atingido por três balas de borracha.

O confronto durou cerca de duas horas. Os primeiros socorros às vítimas foram prestados no prédio da prefeitura de Curitiba.De lá os feridos foram levados para os hospitais, como conta a coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais, Marlei Fernandes.

Logo após a ação, o ex-governador Beto Richa foi à público e alegou que haviam blackblocks no ato. Depois de dois meses de investigação, com mais de 580 depoimentos, imagens, fotos, o Ministério Público constatou que não haviam blackblocks infiltrados na manifestação. O órgão também constatou que houve excessos do governo, por meio da Polícia Militar.
Mais de 200 manifestantes entraram com ações de danos morais na Justiça. Até agora 50 foram indenizados. Para a coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais, Marlei Fernandes a data de 29 de abril de 2015 é impossível de apagar da memória.
As imagens também não saem da memória do professor Hermes Leão, presidente do Sindicato que representa os servidores da Educação. Para ele o 29 de abril de 2015 entrou para a história do Paraná como um dia de tristeza e indignação.
Quatro anos se passaram, o cenário violento visto e vivido na Praça Nossa Senhora de Salete naquele dia não foi esquecido e segundo o professor Hermes Leão, a violência contra professores e funcionários continua acontecendo todos os dias, mas de outras formas.

Para relembrar a data, esta segunda-feira é dia de paralisação. A categoria promove um ato público estadual no Centro Cívico. A principal reivindicação da pauta que será apresentada ao governador Ratinho Junior é o pagamento da data-base. Os servidores querem a reposição de 4,5%, que corresponde à inflação do ano, como explica a coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais, Marlei Fernandes.

Repórter Deividi Lira