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Projeto binacional vai analisar a presença de agrotóxicos na área de fronteira

Por Redação. Publicado em 29/03/2019 às 09:00.

Um projeto inédito tem como objetivo levantar e analisar a presença de agrotóxico na região de fronteira entre o Brasil e Paraguai. Quem tem mais informações é o jornalista Vacy Alvaro.

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Projeto binacional vai analisar a presença de agrotóxicos na área de fronteira

Em Foz do Iguaçu, no Oeste do Estado, um grupo de pesquisadores do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), da Itaipu Binacional e da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), com apoio de outras instituições de ensino, integram um projeto que tem como objetivo analisar a concentração e influência de agrotóxico existente nos rios, solos e na biodiversidade da área de fronteira entre Brasil e Paraguai.

Em abril, devem ser divulgados os primeiros resultados da campanha amostral realizada simultaneamente nos dois países. O trabalho de coleta envolveu mais de 20 pessoas, que percorreram aproximadamente dois mil quilômetros durante duas semanas.

As atividades do projeto, que tem duração total prevista de quatro anos e meio, são uma continuidade ampliada de um estudo que analisou amostras coletadas em 21 microbacias da Bacia Hidrográfica do Paraná 3 (BP3). Os resultados positivos divulgados no ano passado indicaram concentrações de agrotóxico abaixo dos limites estabelecidos pela resolução 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).

No novo convênio, o objetivo é fazer um monitoramento mais detalhado da região, utilizando como base 12 pontos na BP3 e outros 12 na bacia correspondente na margem paraguaia. A busca agora é por entender como funciona a dinâmica de degradação destes compostos no solo e como eles afetam a biodiversidade.

Uma parte das análises será realizada no Instituto de Química, da UFRGS, mas a maior parte deve ser concentrada no Laboratório Multiusuários Engenheira Enedina Alves Marques, do Parque Tecnológico Itaipu.

O estudo prévio apontou que os principais pesticidas utilizados na região são a atrazina e o glifosato, que convencionalmente são aplicados nos cultivos de soja e milho, representando 80% do uso e ocupação agrícola da região. A situação preocupa já que o estado do Paraná é o terceiro maior consumidor de agrotóxico do Brasil, que por sua vez é um dos líderes mundiais no uso.