Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Projeto quer limitar cursos da área de saúde a distância

Por Redação. Publicado em 05/04/2019 às 08:51.

O deputado estadual Michele Caputo (PSDB) protocolou um projeto de lei na Assembleia Legislativa do Paraná com o objetivo de fazer com que as instituições de ensino que ofertam cursos de nível técnico e superior na área da saúde, não extrapolem o limite máximo de 20% das aulas na modalidade de educação a distância. A reportagem é do Deividi Lira.

 

Mais de um milhão de vagas foram ofertadas em todo o Brasil nos 14 cursos da área da Saúde na modalidade à distância, exceto medicina. No Paraná várias instituições que já ofereciam cursos na área nesta modalidade, como serviço social e educação física, para 2019 passaram a divulgar outros cursos como farmácia, por exemplo.

Em março de 2018, 616.500 vagas foram autorizadas no Ensino à Distância no país. Em outubro do mesmo ano, o número já chegava a 838.000.
No Brasil foram ofertadas em fevereiro de 2017 9.320 vagas só no curso de farmácia. No mesmo mês de 2019 havia 74.950 vagas abertas. Um aumento de 704%.

Fisioterapia tinha 5.700 vagas em 2017 e agora conta 49.629. Um crescimento de 770,68%.

Todos esses números foram apresentados no Terceiro Encontro de Profissionais da Área da Saúde realizado em Curitiba e que discutiu amplamente a formação de profissionais da saúde na modalidade à distância. Ester Okamoto Dalla Costa, doutora em Saúde Pública e autora do levantamento, diz que a graduação nas profissões da área predominantemente nesta modalidade de ensino, diminui a interação entre os futuros profissionais e os pacientes, comprometendo o processo de formação e aprendizagem.
Pelo decreto 9.057 de 2017 atividades presenciais, como avaliações, estágios, práticas profissionais deveriam ser realizadas na sede da instituição de ensino, nos polos de educação a distância ou em ambiente profissional, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais. Mas segundo a professora Ester Dalla Costa isso não acontece. As visitas do Ministério da Educação para avaliar os cursos, são feitas somente na sede da instituição.
Depois da apresentação dos números no evento, o deputado Michele Caputo (PSDB) protocolou um projeto de lei na Assembleia Legislativa do Paraná com o objetivo de fazer com que as instituições de ensino que ofertam cursos de nível técnico e superior na área da saúde, não extrapolem o limite máximo de 20% das aulas na modalidade de educação a distância. O parlamentar se mostra preocupado com o funcionamento dos cursos da saúde na EAD.

De acordo com o deputado, pelo projeto de lei, a responsabilidade de fiscalizar as instituições de ensino que ultrapassem os 20% das aulas à distância, seria dividida entre os próprios conselhos de classe e órgãos públicos.
Recentemente os conselhos profissionais de Odontologia, Farmácia e Medicina Veterinária se posicionaram contrários a inscrição de profissionais formados na modalidade à distância.

Repórter Deividi Lira.