Todas as 174 cadeias e carceragens de delegacias do Paraná estão superlotadas. São 9.737 presos para apenas 4.417 vagas, segundo dados relativos a novembro de 2016. Mas é na região de Londrina que a superlotação é mais grave. São 2.398 detentos, para apenas 1.186 vagas – um excesso de 1.212 presos. O segundo maior deficit de vagas (717) está na região de Cascavel: 1.034 presos para 317 vagas.
O cenário de superlotação em cadeias e delegacias, que só deveriam receber presos temporários, é o problema mais grave comprovado pelo Relatório de Análise Preliminar do Sistema Penitenciário, elaborado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR). O estudo foi apresentado pelo presidente, conselheiro Durval Amaral, na última terça-feira (4 de abril).
O estudo apontou que um terço dos 28.974 presos do Paraná está em delegacias e cadeias, sob custódia da Polícia Civil, numa situação que não se repete nos demais estados brasileiros. Além da superlotadas, essas estruturas não possuem condições adequadas para abrigar tanta gente e não oferecem qualquer atividade, de trabalho ou estudo, para promover a ressocialização dos detentos. “Precisamos acabar com essa anomalia”, afirmou Durval na entrevista coletiva em que apresentou as principais conclusões do estudo.