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Reprodução bem sucedida: Harpia, espécie ameaçada de extinção, completa 10 anos após nascer em cativeiro

Por Redação. Publicado em 25/01/2019 às 09:34.

No Oeste do Estado, o aniversário de dez anos de uma harpia, espécie ameaçada de extinção, simboliza o sucesso do programa de reprodução desenvolvido pela Itaipu Binacional. Quem tem mais informações é o jornalista Vacy Álvaro.

Produção e texto: Vacy Álvaro

Uma ave que quando nasceu pesava apenas 80 gramas e cabia com folga na palma da mão. Hoje ela passa dos 90 centímetros e pesa quase cinco quilos. Ao completar o seu décimo aniversário, ela simboliza o sucesso do Programa de Reprodução de Harpias da Itaipu Binacional, que é considerado o maior do mundo.
Quando nasceu, a harpia – espécie ameaçada de extinção na América do Sul – era o primeiro caso bem-sucedido de reprodução em cativeiro no Sul do País. De lá pra cá, outras 31 aves nasceram. Mas antes disso, foram muitas as tentativas. Os esforços começaram em 2000, com a chegada de um macho resgatado de uma caixa de papelão, em Foz do Iguaçu (PR). Já a fêmea chegou em 2002, resultado de operações contra o tráfico de animais silvestres, na Bahia.
Em 2004, as harpias foram colocadas em recintos próximos para começar a formar o casal. Mas o filhote não vingava porque os pais não o alimentavam. Foi aí então que a equipe resolveu mudar o protocolo, conforme explica o biólogo da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu, Marcos de Oliveira: “Quando nascem os filhotes, então passamos alimentá-los por meio de pinças. Nos primeiros dias, eles comem até cinco vezes por dia. São animais carnívoros. Conforme esses filhotes vão crescendo com a frequência de alimentação diminuindo. Passam a se alimentar por conta, depois ficam num sistema de isolamento para evitar que eles façam um vínculo com o ser humano”.

A técnica deu certo e a reprodução de harpias engrenou. Em 2017, aconteceu o primeiro nascimento de uma harpia cuja mãe também é nascida em cativeiro, feito inédito na América do Sul. Embora os esforços em reprodução continuem, o objetivo agora é dar o passo adiante para, num futuro próximo, devolver as aves nascidas em cativeiro à natureza. O Programa já está em contato com outras instituições para encontrar locais onde seriam feitas estas solturas.