Uma reviravolta no final da sessão plenária na Assembleia Legislativa, nesta terça-feira, barrou o projeto Escola sem Partido de seguir para votação. A proposta que estabelece restrições a discussões sobre política, gênero, religião e sexualidade na rede estadual de ensino, ficou para o final do mês de junho. Vamos conferir na reportagem de Deividi Lira.
Adiada votação do projeto Escola sem Partido
Uma sessão de clima tenso.// Na galeria, professores e alunos com faixas, cartazes e mordaças pretas acompanhavam cada parlamentar que usava a tribuna.// E aqueles que se declaravam favoráveis ao projeto Escola sem Partido eram vaiados.// Em um determinado momento o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano, pediu a segurança para retirar um manifestante.//
O polêmico projeto de lei, que pretende que os professores evitem o direcionamento ideológico dos alunos, veio para primeira votação em plenário após dois anos de muitas discussões e audiências públicas.//
O autor dele, o parlamentar Missionário Ricardo Arruda do PSL, disse que em sala de aula o professor deve se limitar em ensinar aquilo que está no programa de conteúdo.// Questionado sobre o posicionamento contrário ao projeto por parte da OAB-PR e do Ministério Público do Paraná, que asseguram que o texto é inconstitucional, o deputado foi enfático ao afirmar que órgãos são ligados à esquerda política.//
O líder da oposição, deputado Tadeu Veneri do PT, reafirmou a inconstitucionalidade do Projeto Escola Sem Partido e que a proposta apresentada por Ricardo Arruda é contraditória.//
Depois de muita discussão entre os parlamentares, já no final da sessão plenária, a Assembleia Legislativa decidiu adiar por dez sessões, a votação, em primeiro turno, do projeto Escola sem Partido.// O requerimento foi aprovado por 26 votos a 22.// O pedido de retirada, foi do deputado Luiz Cláudio Romanelli, do PSB.// Ele justificou que não é atribuição do Legislativo Estadual votar este projeto.//
O projeto Escola sem Partido foi protocolado na Assembleia em dezembro de 2016.// A proposta tem o apoio da bancada evangélica e é uma das bandeiras do grupo político do presidente Jair Bolsonaro, o PSL.// Já os professores chamam o projeto de ‘lei da mordaça’, por ameaçar a liberdade de expressão e de ensino. //
O Escola sem Partido só volta a ser discutido pelos deputados na segunda quinzena de junho, já perto do fim do semestre legislativo.//
Repórter Deividi Lira.//