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CPI da JMK chega aos 100 dias de trabalho e é prorrogada por mais 60

Por Jornalismo. Publicado em 07/10/2019 às 08:00.

A CPI da JMK vai ser prorrogada por mais 60 dias. Até o momento mais de 34 pessoas já foram ouvidas. Os deputados apuram como se deu o esquema que causou um prejuízo de mais de R$ 125 milhões aos cofres públicos.

Foto: Dálie Felberg/Alep

 

 

 

 

 

 

 

Chegou aos 100 dias de funcionamento a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada na Assembleia Legislativa para investigar a empresa JMK, suspeita de causar um prejuízo de mais de 125 milhões de reais ao Estado por irregularidades em contratos de manutenção e conserto de veículos da frota do governo do Paraná, desde o início da execução do contrato, em junho 2015.

Os crimes foram constatados durante as investigações da “Operação Peça Chave”, da Polícia Civil, deflagrada em maio deste ano, que apontou que os responsáveis pela JMK falsificavam e adulteravam orçamentos de oficinas mecânicas para elevar o valor do serviço prestado. Além disso, usariam peças de qualidade e preço inferiores na manutenção de ambulâncias e viaturas da polícia, e cobravam do Estado como se fossem peças originais. Os líderes do esquema teriam criado uma complexa estrutura que envolve “laranjas”, dezenas de familiares e empresas de fachada para ocultar e dissimular a origem criminosa do dinheiro. Ao todo, foram cumpridos, 15 mandados prisão preventiva na ação.

Até agora, nas 19 reuniões realizadas pela CPI, os deputados convocaram 34 pessoas para oitivas. Entre eles o atual secretário da Administração e da Previdência, Reinhold Stephanes, que também esteve à frente da pasta entre março e outubro de 2016, no governo Beto Richa, quando foram assinados alguns dos aditivos do contrato com a JMK. Prestou esclarecimentos também a ex-secretária de Administração, Dinorah Nogara, que esteve à frente da pasta entre 2013 e 2016. A ex-secretaria da Administração e Previdência Marcia Carla Pereira Ribeiro, que ocupou o cargo entre novembro de 2016 e junho de 2017. Assim como Fernando Ghignone, ex-secretário estadual da Administração e Previdência entre junho de 2017 e dezembro de 2018. Segundo relator da CPI, deputado Delegado Jacovós, ficou evidente a partir destes interrogatórios que houve negligência da administração pública na fiscalização e elaboração dos contratos com a JMK.

As oitivas ainda contaram com as falas de servidores responsáveis pela área de contratos de diversas secretarias do governo, diretores e servidores do Departamento de Gestão de Transporte Oficial e donos de oficinas mecânicas conveniadas com a JMK. Para o relator, ficou claro o dano causado pela empresa não só às oficinas conveniadas, mas principalmente a população.

Na sequência a CPI convocou o vice-presidente da JMK Jorge Barboza Reis de Souza; Alessandro Marchini, que é filho de Aldo Marchini Júnior apontado como real proprietário da empresa e Marcos Luiz Robert Zanotto, que assinou como responsável pela JMK a partir do segundo aditivo, em janeiro de 2016, e sócio majoritário da empresa JMK desde o final de 2015.  Entre documentos e relatórios, o processo da JMK já conta com mais de 20 mil páginas. A abertura da CPI foi proposta pelo deputado Soldado Fruet, presidente eleito para a conduzir os trabalhos da comissão. O prazo para conclusão era de 120 dias, mas foi prorrogado por mais 60, após um requerimento aprovado em plenário na última quarta-feira,. Segundo o relator, neste prazo, além da conclusão do relatório, vão ser reinquiridos alguns dos envolvidos no caso para prestar esclarecimentos.

Repórter Alexandra Fernandes