Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde sobre tabagismo revelou que as capitais da região do sul do Brasil lideram o ranking de fumantes. Esse levantamento reacendeu uma discussão sobre fumar em locais públicos. No Paraná, por exemplo, um projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa quer proibir o uso do cigarro em parques e praças. Confira na reportagem de Alexandra Fernandes.
Prestes completar dez anos da lei antifumo no Paraná, que proíbe o uso de cigarros em ambientes coletivos fechados em todo o estado, um projeto de lei pretende ampliar a proibição para locais abertos como parques e praças. Pela proposta, quem for flagrado descumprindo vai pagar multa de R$ 104, 20. De acordo com o deputado Michele Caputo (PSDB), um dos proponentes da matéria, a medida é para trazer mais saúde principalmente aos fumantes passivos.
Em Santa Catarina, a lei também de 2009, restringe o fumo nos ambientes fechados e os fumódromos. A legislação do Rio Grande do Sul é de 2009 e proíbe o fumo nos locais fechados. Porém, segundo a especialista em Saúde do Centro Estadual de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul, Andreia Volkmer, a lei está defasada e para 2020 novas medidas vão ser propostas. Além disso, o foco do trabalho está no oferecimento do tratamento gratuito para quem quer parar de fumar.
Apesar das legislações para tentar combater o cigarro, a última pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde sobre tabagismo mostrou que as capitais da região do sul do Brasil lideram o ranking de fumantes. Em primeiro lugar está Porto Alegre, onde se estima que 14,4% da população seja fumante. Em terceiro vem Curitiba com 11,4% e em quarto Florianópolis 11,2%. A estimativa faz parte do levantamento de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) realizado pelo governo federal.
Outro dado de alerta é o número de jovens fumantes na região sul. Um levantamento sobre drogas entre universitários de instituições de ensino superior nas 27 capitais brasileiras, realizado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), mostrou que a frequência de jovens universitários que usaram tabaco nos últimos 30 dias é de 25,8% nos três estados.
Por isso as campanhas tem focado na faixa etária entre 15 a 20 anos, como conta a coordenadora do Programa Nacional Contra o Tabagismo da Secretaria de Saúde do Paraná, Aureni de Souza. Ele diz que os jovens começam a experimentar o tabaco em média aos 18 anos.
O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são importantes fatores de risco para o desenvolvimento de pelo uma série de doenças crônicas. O uso do tabaco continua sendo líder global entre as causas de mortes evitáveis.
Repórter Alexandra Fernandes