Muitas pessoas acreditam que maximizar o tempo passado no escritório ou trabalhar até altas horas são fundamentais para produzir melhor. Mas essas atitudes podem prejudicar a produtividade.
Segundo o professor de Empreendedorismo, Tecnologias Aplicadas, Práticas Cambiais e Pesquisa de Mercado da Esic Internacional, Elic Vodovoz, temos limitações cognitivas, físicas e encaramos tarefas ou trabalhos de maneiras diferentes. “De maneira geral, trabalhos que exigem criatividade, planejamento ou aprendizado exigem um comportamento cognitivo diferente daquelas que envolvem execução”.
Flip Brown, autor do livro “Balanced Effectiveness at Work” (Eficiência equilibrada no trabalho, em tradução literal), diz que as pessoas têm ilusões em termos de gerenciamento do tempo, e isso cria problemas na hora de administrar a energia. O autor admite deixar as tarefas mais complicadas para os momentos do dia em que se sente mais “energizado”.
Para perceber em que momentos temos mais energia, é preciso ter autoconhecimento, perceber as emoções, sensações, pensamentos, explica a doutora em Engenharia de Produção e docente da ESIC Internacional nas áreas de Gestão de Pessoas, Maria Alice Claro. “Seria complicado querer fazer um móvel se não conheço as ferramentas corretas para execução do projeto, então preciso conhecer para poder aplicar as ferramentas de forma correta. Devemos ampliar o conhecimento sobre nós mesmos. Como já dizia Sócrates ‘conhece-te a ti mesmo, torna-te consciente de tua ignorância e será sábio’”.
Ainda de acordo com o professor Elic, otimizar a energia significa trabalhar de maneira eficiente, ou seja, gastar energia naquilo que exige mais e, consequentemente, não desperdiçar nas tarefas que exigem menos. “Isso é diferente de uma fórmula para trabalhar longas horas sem parar. Os fatores importantes para produzir melhor são subjetivos, mas podemos levantar alguns que se aplicam à maioria das pessoas: o planejamento, o autoconhecimento e o aspecto motivacional”.
Administre a energia, não o tempo
Tempo é um recurso limitado e finito, enquanto energia é um recurso renovável. Jim Loehr e Tony Schwartz, autores do livro “Envolvimento Total: gerenciando energia e não o tempo”, comprovaram, por meio de estudos com executivos, que saber administrar energia é a chave para a alta performance e renovação pessoal. Eles acreditam em quatro fontes de energia e que cada uma delas pode ser sistematicamente trabalhada e renovada por meio de diferentes mecanismos:
Energia física: é evidente que nutrição inadequada, privação de sono ou descanso e falta de exercícios físicos minam o estoque de energia; manter uma rotina saudável é imprescindível;
Energia emocional: reconhecer o que desperta as emoções (positivas e negativas) e aprender a controlar as reações melhoram o nível e qualidade da energia, independentemente do contexto externo;
Energia mental: mesmo estando acostumado a realizar diferentes atividades simultaneamente, ser multitarefa reduz a produtividade. Alternar entre uma atividade e outra aumenta em até 25% o tempo necessário para finalizar a primeira tarefa;
Energia espiritual: religião, espiritualidade, valores. Independentemente do nome ou preferência, a vida pessoal e profissional deve estar alinhada com o que se acredita – ver sentido e propósito no que faz é energizador.