Empresas do país estão fornecendo o chamado kit-covid para funcionários. Mas advogado integrante da Comissão de Direito do Trabalho da OAB-PR esclarece que a ação é ilegal.
No auge da pandemia, empresas brasileiras passaram a distribuir aos seus funcionários o chamado kit covid, composto por medicamentos sem eficácia comprovada para a covid-19.
Em reportagem realizada pela BBC News, foram encontradas empresas fazendo a distribuição dos remédios em São Paulo, no Paraná e em Santa Catarina. Até mesmo palestras sobre o chamado tratamento precoce foram oferecidas a funcionários.
Segundo o advogado trabalhista e sindical, integrante da Comissão de Direito do Trabalho da OAB-PR, Fabio Peres, este tipo de ação não é permitida em empresas.
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O suposto tratamento precoce, ou kit covid, costuma se referir a uma combinação que inclui medicamentos comprovadamente ineficazes ou ainda em estudos contra a covid-19. Entre eles estão hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, entre outros.
Devido aos perigos de efeitos colaterais dos medicamentos e a falta de comprovação científica de que os medicamentos atuem na defesa do organismo contra o coronavírus, a Associação Médica Brasileira recentemente afirmou que o kit covid é ineficaz e deve ser banido.
A Organização Mundial da Saúde também recomendou que o vermífugo ivermectina não seja utilizado no tratamento de pacientes com covid-19, independentemente do nível de gravidade ou da duração dos sintomas.
De acordo com o advogado Fabio Peres, as empresas que quiserem atuar no combate ao coronavírus entre os seus funcionários podem, por exemplo, oferecer a vacina contra covid-19, quando isso for possível. Mas há discussão sobre a obrigatoriedade.
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Repórter Juliana Sartori