A maioria dos pacientes curados da covid-19 estão longe de ter uma vida normal depois de vencer o coronavírus. Isso porque a doença pode deixar sequelas duradouras e em muitos casos, é preciso atenção médica.
Já conhecida como síndrome pós-covid, os sintomas costumam durar por meses depois da fase aguda da doença. Os problemas são variados e incluem infarto, arritmia, falta de ar, depressão, perda de memória, dificuldade de raciocínio, fadiga e dores intensas, diarreia crônica, perda de cabelo e distúrbios de pele. Além de afetar a qualidade de vida do paciente, pode causar incapacitação e até a morte.
A doutora Cristina Baena, do Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba, é pesquisadora do ambulatório pós-Covid. Ela explica como estas sequelas afetam a vida dos pacientes.
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As sequelas podem aparecer tanto em pessoas que foram internadas quanto aquelas que não precisaram de hospitalização. Com frequência, as sequelas mais persistentes são neurológicas, já que o sistema demora mais para se recuperar de inflamações. O cérebro pode levar de seis meses a um ano para se recuperar e até mais. A estimativa atual é que 1,4 milhão de brasileiros estejam sofrendo com efeitos deixados pela covid-19, e que 80% dos pacientes tenham pelo menos um sintoma persistente 4 meses depois da infecção.
Por isso, aumenta a necessidade de equipes médicas especializadas, que incluem pneumologistas, neurologistas, cardiologistas, psicólogos e fisioterapeutas, que trabalham desde questões motoras até a capacidade respiratória. Mas a crescente demanda por estes profissionais pode causar um novo colapso na Saúde, já que não há como atender todo mundo, como explica a doutora Cristina Baena.
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Amanda Yargas