Tendência prevê orientar e suprir a demanda de colaboradores na hora do atendimento em saúde e evitar gastos desnecessários para as organizações.
Por Fernanda Nardo.
Com a pandemia, a busca por informações relacionadas à saúde aumentou. Uma pesquisa realizada, no ano passado, pela Veja Saúde, com o apoio da Abimip (Associação Brasileira de Medicamentos Isentos de Prescrição), mostrou que as pessoas começaram a pesquisar mais sobre saúde e estão mais preocupadas com a confiabilidade da fonte de informação.
Segundo o estudo, cerca de 75% dos entrevistados disseram buscar notícias sobre saúde na televisão, 43% em sites de notícias e 37% em páginas especializadas em saúde. No entanto, a busca por remédios milagrosos e os indicados por amigos continua intensa.
Para a CEO da Dasa Empresas, Fabiana Salles, mais do que ter acesso a bons hospitais e laboratórios, cresce a necessidade por orientação e informações, como mostra a pesquisa.
“Estamos extremamente sensíveis e expostos, com medo de procurar um atendimento e um profissional devido à pandemia. Um funcionário bem orientado e que consegue receber um suporte adequado, evita gastos desnecessários, sente-se acolhido e desenvolve uma percepção positiva da empresa”, diz.
Segundo a executiva, como as empresas foram impactadas por essa demanda de orientação, os departamentos de recursos humanos passaram a apostar na ‘coordenação de cuidados’. A iniciativa prevê parceiros ou especialistas que possam oferecer soluções que envolvam não só o plano de saúde, mas também programas preventivos e serviços para orientar e acompanhar os pacientes em diversos momentos.
Para isso, é preciso que exista transparência, como o acesso aos dados de saúde dos colaboradores, seu histórico e uso do plano de saúde. “Com essa base cria-se um histórico e um perfil para oferecer o melhor modelo de saúde ao colaborador. A empresa faz valer seu investimento e evita desperdícios”, destaca Fabiana.
Fabiana destaca que os dados e o histórico do paciente são mantidos em sigilo. “Os dados e diagnósticos jamais são compartilhados com a empresa ou com os departamentos de recursos humanos. São informações que circulam apenas em ambiente médico”.
De acordo com a executiva da Dasa, com essa base de dados, é possível recomendar o melhor modelo de saúde para que cada pessoa possa receber o que precisa na hora certa. “Ter um plano para cada pessoa é importante. Com isso, o colaborador poderá contar com equipes que conseguem navegar os pacientes dentro do plano de saúde, orientando desde o paciente saudável até aquele doente mais complexo”, afirma Fabiana.
Compartilhamento de informações
Segundo a advogada e mestre pela Universidade de Coimbra, Tiele Espanhol Braun, esses dados de saúde requerem um tratamento rigoroso. Por esse motivo, é de extrema importância ter um termo de consentimento impresso assinado pelo colaborador.
“A empresa terceirizada deverá assumir o compromisso de que guardará esses dados de forma sigilosa, com todas as questões de segurança que os softwares de TI permitem para assegurar essas informações. E ainda, as pessoas devem compartilhar apenas as informações necessárias, que deverão ser utilizadas com a finalidade prevista”, afirma.