O Ministério Público (MP) reforçou o pedido de condenação dos treze réus em um dos processos da Operação Fantasma II, em Guarapuava, na região central do estado. A promotoria afirma que os acusados ofereceram a eleitores diversos favores e vantagens, principalmente na área de saúde, e respondem pelo crime de organização criminosa. Nas alegações finais da acusação, uma das últimas do processo antes da sentença, o MP afirma que o ex-presidente da Câmara de vereadores de Guarapuava, Edony Kluber era o líder da organização criminosa e contou com a ajuda direta dos vereadores Celso Lara da Costa e Márcio Luis Carneiro do Nascimento para estruturar o esquema. Tudo começou em 2013, quando Edony assumiu a presidência do Legislativo e teria nomeado de forma criminosa diversas pessoas para cargos em comissão com o único objetivo de se beneficiar eleitoralmente. Com isso, eles teriam montado um esquema ilegal de assistencialismo aos eleitores, usando os assessores nomeados como cabos eleitorais permanentes, pagos pelo poder público. Durante as investigações os promotores também identificaram fortes indícios de que os três vereadores usavam serviços públicos do município para conseguirem votos. Os promotores afirmam que o setor com maior atuação da organização criminosa era a Saúde. Eles sustentam que os denunciados burlavam as filas de espera do Sistema Único de Saúde (SUS), tudo com a ajuda da então diretora do Consórcio Intermunicipal de Saúde Guarapuava, Pinhão e Turvo (Cisgap), Márcia Andreia de Brito. Para a acusação, ela era a responsável por fazer o adiantamento indevido de consultas, exames e cirurgias de eleitores indicados pelos vereadores. Assim, pessoas que pediam favores aos vereadores teriam conseguido ter a posição alterada na fila do sistema de consultas do Cisgap. Segundo o MP, uma auditoria do consórcio revelou que mais de 20 mil consultas foram realizadas sem passar pelo gerenciamento da fila de espera e que, em outros 3.692 casos, a fila de espera foi burlada através do auxílio de um agente público. Além dos três vereadores e da então diretora do Cisgap, o documento também pede a condenação de nove servidores da Câmara de Vereadores que, de acordo com o Ministério Público, tiveram participação na organização criminosa. Os advogados de defesa dos treze réus agora têm um prazo para também apresentarem as alegações finais e, passado esse tempo, a Justiça deve pronunciar a sentença. Não há um prazo final para que isso ocorra.