Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Cem anos da Semana da Arte que marcou o Brasil

Por Comunicação. Publicado em 17/02/2022 às 08:00.

Momento de inovação artística abriu espaços e ajudou a transformar o papel que as mulheres desempenhavam na sociedade em geral, diz historiador.

Por Fernanda Nardo

Neste mês é comemorado o centenário de um dos momentos marcantes para a arte e cultura no país: a Semana da Arte Moderna, realizada nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de São Paulo. Participaram da Semana nomes consagrados do modernismo brasileiro, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Anita Malfatti. Segundo o historiador e professor da Universidade Federal do Paraná, Clovis Gruner, o centenário da semana reavivou uma discussão, no momento em o Rio de Janeiro e São Paulo disputam uma espécie de paternidade do modernismo brasileiro. Ele destaca que a Semana de Arte não inaugura o modernismo no país, que a inovação da linguagem artística já vinha sendo desenvolvida anteriormente, mas por outro lado, o evento dá visibilidade a uma arte nacional.

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Os modernistas de São Paulo que dialogavam com as tendências de vanguardas europeias, e percebem que a inovação que eles pretendiam passava por essa apropriação da arte, mas virada totalmente do avesso, explica o historiador. 

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O quadro Abaporu, de Tarsila do Amaral, de 1928, é um símbolo do Manifesto Antropofágico. A artista não participou do evento, porque estava em Paris, mas é ícone do modernismo. Seu nome seguiu em destaque ao lado de Anitta Malfati, outra artista de destaque na Semana de Arte. Tereza Aita, conhecida como Zina, e a paulista Regina Gomide Graz, também estavam presentes no evento. Embora em quantidade pouco expressiva em comparação ao número de homens, a obra das artistas foi significativa no cenário da arte brasileira.

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Para o professor, este momento de inovação artística não mudou apenas a atuação da mulher no campo das artes, mas ajudou também a transformar o papel que a mulheres desempenhavam sociedade, ao lado do movimento sufragista que é contemporâneo à semana, anos 20, que reivindica o direito ao voto feminino, conquistado em 1932.

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