Agência destaca que a redução de combustíveis fósseis é chave para reverter cenário.
Por Fernanda Nardo
A Organização Mundial da Saúde, OMS, revelou que quase toda a população global, ou 99%, respira ar fora da qualidade recomendada pela agência, o que é uma ameaça à saúde mundial. O relatório é lançado às vésperas do Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril, e apresenta pela primeira vez medições terrestres das concentrações médias anuais de dióxido de nitrogênio, um poluente urbano comum. De acordo com a entidade, mais de 6 mil cidades em 117 países estão monitorando a qualidade do ar. O documento aponta que cerca de 2 mil cidades estão registrando um aumento de quase seis vezes na quantidade de poluentes desde 2011, quando o monitoramento foi iniciado. Nelas, as pessoas respiram níveis elevados de partículas finas e dióxido de nitrogênio, sendo as maiores exposições em países de baixa e média rendas. A OMS alerta que vem crescendo rapidamente a base de evidências para os danos que a poluição do ar causa ao corpo humano e aponta para danos significativos surgidos mesmo com níveis baixos de muitos poluentes do ar. Algumas partículas são capazes de penetrar os pulmões e a corrente sanguínea, causando impactos cardíacos, respiratórios e cérebro vasculares. Já o dióxido de nitrogênio causa doenças respiratórias, especialmente asma, aumentando hospitalizações. Segundo a OMS, os altos preços dos combustíveis fósseis, a segurança energética e a urgência de enfrentar os desafios de saúde da poluição do ar e das mudanças climáticas demonstram a urgência de se avançar em direção a um mundo menos dependente de combustíveis fósseis.