Sudoeste paranaense tem 40% mais casos de câncer do que a média brasileira, com casos mais graves. Agrotóxicos são os responsáveis e afetam toda a população do estado através da contaminação da água.
por Amanda Yargas
A exposição a agrotóxicos aumenta em 59% o risco de câncer de mama nas mulheres. O dado faz parte de um estudo realizado no Sudoeste paranaense com mulheres que trabalham na agricultura familiar pela médica Carolina Panis, professora de Medicina da Unioeste e pesquisadora visitante de Saúde Ambiental pela Harvard, universidade americana. Segundo ela, o consumo de agrotóxico por pessoa na região chega a ser seis vezes maior do que a média da população brasileira.
Além disso, ela indica que o Sudoeste paranaense tem índice de diagnósticos de câncer 40% maior do que a média brasileira, com mortalidade 15% mais elevada. Carolina Panis avalia que a exposição ao agrotóxico também causa a diminuição da imunidade, o que ocasiona falhas no tratamento e doença com comportamento mais agressivo, com metástase no pulmão e no cérebro, diminuindo a chance de vida.
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A pesquisadora ainda salienta que a utilização dos agrotóxicos atinge todos os moradores da casa, com contaminação da urina e do sangue identificadas mesmo naqueles que não estão diretamente envolvidos na aplicação do produto e também nos vizinhos. A contaminação vai além e afeta até mesmo os bebês, com conta a pesquisadora.
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Mais do que isso, a pesquisadora reforça que os agrotóxicos estão contaminando as fontes de água e chegando desta forma a toda a população. Ela avaliou pelo menos 11 pesticidas que são potencialmente ou comprovadamente carcinogênicos
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Um projeto de lei, que pretende proibir o uso de agrotóxico de aplicação aérea, de autoria do deputado estadual Tadeu Veneri (PT) tramita na assembleia legislativa. O projeto, no entanto, é de 2018 e não chegou ainda ao plenário da casa.