O presidente da Aerp, Michel Micheleto, recebeu de forma póstuma a Medalha Assis Chateaubriand. Radiodifusores e profissionais de rádio e TV discutiram, além de questões éticas da comunicação atual, também as inovações e mudanças regulatórias.
por Amanda Yargas com informações da ABERT
Mais de 700 profissionais da rádio e TV de todo o país estiveram no 29º Congresso da Radiodifusão Brasileira, realizado pela Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) em Brasília na última semana. A Caravana Aerp levou contou com cerca de 50 radiodifusores e profissionais ligados ao setor no Paraná.
O Congresso tratou de temas como a simetria de regras para os conteúdos jornalísticos nas diferentes mídias, o avanço das fake news e a importância do combate à desinformação por meio do jornalismo, o foco no público para a produção de conteúdos relevantes, os desafios do humor frente à inclusão.
Paralelamente, houve atendimento a radiodifusores, feito pelo Ministério das Comunicações, a Anatel, o ECAD, e o departamento jurídico da ABERT, com atendimento de dúvidas.
O evento também inaugurou a exposição Rádio em Movimento no Museu Nacional, concurso cultural que comemora os 100 Anos de Rádio no Brasil.
Homenagem à Micheleto e visões sobre a radiodifusão
Uma memória póstuma foi prestada a Michel Micheleto, membro do Conselho Superior da ABERT e presidente da Associação de Emissoras de Radiodifusão do Paraná (AERP). A esposa e os filhos receberam em nome dele a Medalha Assis Chateaubriand. Leonardo Micheleto pediu a palavra e fez um apelo aos radiodifusores para que assumissem uma postura enérgica contra a disseminação de fake news.
O atual vice-presidente eleito do Brasil, Geraldo Alckmin, se disse um apaixonado pelo rádio e citou o escritor francês Victor Hugo: “O diâmetro da imprensa é o diâmetro da civilização”.
O presidente da Aerp, Caique Agustini, considerou este o momento ideal para avançar nas discussões dos grandes temas que são importantes para o rádio e a televisão, principalmente na modernização das leis que regem o setor. Segundo ele, é preciso trazer equilíbrio e paridade para o meio, permitindo que as emissoras usem criatividade e credibilidade para desenvolver todo o seu potencial.
O presidente da Abert Flávio Lara Resende, reforçou a defesa da entidade na questão da liberdade de imprensa e no combate à desinformação, sobretudo no recente período eleitoral. “Estaremos sempre atentos a esse direito, garantido pela Constituição, mas que exige constante e contínua vigilância”, disse. Ele também abordou o equilíbrio e responsabilidade das novas mídias digitais em relação à propagação de opinião e informações. O presidente defendeu um regramento condizente ao alcance e responsabilidade destas mídias.
No caso do rádio, ele destacou a migração do AM para o FM, a recepção gratuita do serviço de rádio FM em todos os aparelhos celulares do país, a precificação de direitos autorais mais condizentes com o alcance do meio em comparação a outras mídias. Já em relação a TV, ele abordou a fase final de implementação do sinal digital da TV aberta e a implantação da migração dos sinais do serviço de TV por satélite da banda C para a banda Ku, serviço complementar à televisão digital terrestre. “Em nossa visão de futuro, chegaremos em poucos anos à TV 3.0., que partirá para a completa integração entre o serviço de radiodifusão e a internet, com todos os ganhos que este casamento irá proporcionar ao telespectador e ao nosso modelo de negócios, sempre moderno e dinâmico”, enfatizou o presidente.
Assista ao evento de abertura do 29ºCongresso Brasileiro de Radiodifusão