Levantamento feito na Ilha de Superagui, visa estimar população e garantir o futuro do primata que vive no litoral, na divisa entre os estados do Paraná e São Paulo.
Por Fernanda Nardo
O mico-leão-da-cara-preta, também é conhecido como “mico-leão-caiçara”, vive no litoral, no Parque Nacional do Superagui, no lado paranaense, e no Parque Estadual Lagamar de Cananéia, do lado paulista. O último levantamento populacional da espécie foi feito em 2002, em Superaque, no qual foi estimada a existência de 392 indivíduos. Conforme Elenise Sipinski, responsável técnica pelo projeto do mico-leão-da-cara-preta, trata-se de uma espécie naturalmente rara, o que faz dela ainda mais vulnerável.
SONORA
O trabalho das equipes de campo em suas campanhas atrás do mico-leão-caiçara é intenso. Os pesquisadores passam dias percorrendo as trilhas, às vezes sem ver um mico sequer. Isso reforça a suposição de que a espécie possui uma baixa densidade populacional. Segundo a pesquisadora, o Canal do Varadouro, aberto no início do século XIX e finalizado em 1953, foi feito para conectar o porto de Guaraqueçaba e Paranaguá, no Paraná, com São Paulo. Como resultado, transformou Superagui numa ilha e impediu que os micos que viviam ali se conectassem com os que vivem na outra margem. Esse e outros motivos como eventos climáticos são alguns dos desafios na conservação dessa espécie. Por isso, o levantamento visa elucidar a real situação da espécie, atualmente classificada como Em Perigo pela Lista Vermelha da Fauna Ameaçada, produzida pelo ICMBio e garantir futuro do mico-leão-caiçara no Litoral do Paraná.
SONORA
Desde 2018, a SPVS é quem lidera os esforços de pesquisa para responder às perguntas necessárias para conservação da espécie. E em julho deste ano, a ONG começou um trabalho de campo para poder realizar o novo censo da espécie. O monitoramento deve ser feito no prazo de dois anos.