Nativos do noroeste paranaense, indígenas foram dizimados pela expansão cafeeira a partir dos anos 1950.
Repórter Rodrigo Matana. Supervisão de Alice Lima. Uma parceria Rede Aerp de Notícias e Agência Escola UFPR
No Paraná, vivem quatro povos indígenas: os Guarani, os Kaingang, os Xokleng e o único deles ainda sem território demarcado, o povo Xetá. [Áudio doc] Nativos da Serra dos Dourados, na região de Umuarama, noroeste do estado, eles foram praticamente dizimados nos anos 1950 – e o governos federal e estadual tiveram um papel central nessa história. É o que mostra a pesquisa de João Pedro Minto Russo, mestre em antropologia pela Universidade Federal do Paraná. O estudo fala sobre os responsáveis pelo genocídio Xetá, em especial, o Serviço de Proteção aos Índios, extinto em 1967, e hoje substituído pela Funai.
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De acordo com a pesquisa de João Pedro, o loteamento da Serra dos Dourados foi impulsionado pela expansão do café no Paraná a partir dos anos 1950. Para apoiar esse movimento, como os documentos apontam, o governo estadual da época encolheu as terras indígenas e entregou a região a companhias de colonização.
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O estudo aponta que o povo Xetá foi vítima de rapto, extermínio e teve seu território completamente tomado pelos colonizadores.
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Hoje, eles lutam para deixar claro que não são um povo extinto e, há quase trinta anos, aguardam pela demarcação da Terra Herarekã Xetá. Recentemente, Indionara Paraná e Júlio Cezar da Silva, ambos filhos de sobreviventes da Serra dos Dourados, se manifestaram em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná.
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O pesquisador João Pedro Minto Russo acrescenta.
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