Foto: Natália Bezerra/PCPR Polícia Civil do Paraná orienta a população sobre sinais de violência, canais de denúncia e cuidados durante a investigação. Campanha destaca a importância da prevenção e do diálogo
Por Flávia Consoli
Durante o Maio Laranja, a Polícia Civil do Paraná intensifica as ações de conscientização sobre o enfrentamento ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. A campanha alerta que a violência pode se manifestar de diversas formas — física, emocional, sexual ou por negligência — e que, muitas vezes, os sinais passam despercebidos, inclusive por pessoas próximas à vítima. Queda no rendimento escolar, mudanças bruscas de comportamento, agressividade, isolamento, medo sem motivo aparente, episódios de enurese noturna (xixi na cama) ou um interesse precoce por temas sexuais podem indicar que algo está errado. No caso de adolescentes, é fundamental observar também o ambiente digital: redes sociais, jogos online e aplicativos de mensagens exigem atenção redobrada. A Polícia Civil destaca que, diante de qualquer suspeita, é essencial evitar abordagens diretas ao possível agressor ou tentativas de investigação por conta própria, o que pode comprometer provas e prejudicar o trabalho policial. O delegado Rodrigo Rederde ressalta a importância da denúncia
SONORA
O primeiro passo é registrar um boletim de ocorrência, que pode ser feito presencialmente em qualquer delegacia do estado. Em cidades maiores, os casos são encaminhados aos Núcleos de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucrias). Nos municípios menores, as delegacias locais estão preparadas para receber essas denúncias. O registro pode ser feito de forma anônima, pelos telefones 181 ou 197, com total sigilo garantido. Após a denúncia, a vítima passa por escuta especializada, conduzida por psicólogos treinados. O procedimento dá início à investigação, com coleta de provas e análise de conteúdos digitais, quando necessário. Além das ações repressivas, a Polícia Civil reforça que a prevenção ainda é a principal aliada no combate a esse tipo de crime. O diálogo constante e aberto entre adultos e crianças fortalece a confiança e pode ser decisivo para que o abuso seja revelado.