
O especialista destaca: liberdade de expressão não é licença para difamar ou mentir. E alerta: empresas que contratam essas figuras também podem ser responsabilizadas, principalmente na esfera cível e administrativa
Por Flávia Consoli
Com milhões de seguidores, os influenciadores digitais conquistaram espaço nas redes sociais e na rotina de milhares de brasileiros. Mas, junto com o alcance e a visibilidade, vêm também as responsabilidades legais por tudo o que é publicado. E muita gente ainda acredita, equivocadamente, que o número de seguidores os coloca numa zona de imunidade. De acordo com o advogado criminalista Leonardo Fleischfresser, a fama não protege ninguém da lei. Pelo contrário: quanto maior o alcance, maior o impacto — e, portanto, maior o risco de causar danos
SONORA
Entre os crimes mais comuns cometidos nas redes estão calúnia, difamação, injúria, além da divulgação de fake news, publicidade enganosa, e até promoção de jogos de azar e atividades ilegais. Fleischfresser reforça que influenciadores que promovem produtos ou conteúdos ilícitos podem responder criminalmente, inclusive por lavagem de dinheiro, caso se comprove envolvimento com recursos de origem criminosa. E não são só os influenciadores que correm riscos: empresas que contratam essas figuras também podem ser responsabilizadas, principalmente na esfera cível e administrativa. Por isso, é essencial que haja contratos bem elaborados, cláusulas de responsabilidade e acompanhamento rigoroso de campanhas — ainda mais em temas sensíveis como saúde, finanças ou apostas. O especialista destaca: liberdade de expressão não é licença para difamar ou mentir.