
Encalhes no litoral do Paraná expõem impacto do plástico na fauna marinha
Mudanças climáticas podem extinguir metade das espécies no Paraná até 2100
Chuvas e ventos fortes causam estragos e desalojam famílias no Paraná
Com Marinna Prota
O Projeto de Monitoramento de Praias da UFPR registrou aumento nos encalhes de animais debilitados no litoral do Paraná, como tartarugas-verdes e pinguins-de-Magalhães, muitos com fragmentos plásticos no organismo. Segundo especialistas, a ingestão de resíduos provoca obstruções, inflamações e pode levar à morte.
Em 2025, até 17 de agosto, foram registrados 373 pinguins encalhados no Paraná. Desse total, 326 foram encontrados sem vida, mas 47 chegaram vivos às praias, sendo resgatados pela equipe do PMP-BS/LEC-UFPR e encaminhados ao Centro de Reabilitação, Despetrolização e Análise de Saúde da Fauna Marinha (CReD/UFPR).
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Um estudo do NAPI Biodiversidade e da UFPR aponta que as mudanças climáticas podem levar à extinção local de até 54% das espécies nativas do Paraná até o fim do século. Entre as mais ameaçadas estão a Araucária, que pode perder 70% da área de distribuição até 2050, e a erva-mate, com risco de redução de 60% do ambiente adequado para crescimento.
A pesquisa alerta que a perda dessas espécies compromete também conexões naturais, como a dispersão de sementes pela gralha-azul. O levantamento destaca a necessidade de estratégias de adaptação a temperaturas mais altas e chuvas irregulares.
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Fortes chuvas e ventos atingiram várias regiões do Paraná no fim de semana e nesta segunda-feira (22), provocando quedas de árvores, destelhamentos e desalojamentos, segundo o Corpo de Bombeiros. Em Santa Maria do Oeste, um vendaval afetou cerca de mil casas e prédios públicos, incluindo o hospital municipal, que passou a atender apenas emergências. Uma escola foi usada como abrigo temporário, e duas pessoas tiveram ferimentos leves.
Cascavel, Marechal Cândido Rondon e Ponta Grossa também registraram danos. Não houve vítimas graves.