
Estado registrou em 2024 índice de apenas 28% de negativas, contra a média nacional de 46%, resultado atribuído ao trabalho das comissões hospitalares de doação e transplantes
Por Flávia Consoli
No Brasil, a decisão de doar órgãos só pode ser confirmada com autorização da família, mesmo que o paciente tenha manifestado essa vontade em vida. No Paraná, esse processo tem ganhado destaque nacional. Em 2024, o Estado registrou a menor taxa de recusa familiar do País: apenas 28%, contra a média brasileira de 46%. Foram feitas 854 entrevistas, com 236 recusas. No cenário nacional, o total foi de 8.915 entrevistas e mais de 4 mil negativas. De janeiro a junho deste ano, a taxa de recusa no Paraná ficou em 31%, ainda abaixo da média nacional de 45%. Para comparação, São Paulo registrou 39% e o Rio Grande do Sul, 47%. O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, reforça a importância desses resultados
SONORA
O bom desempenho do Paraná se deve ao trabalho das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes. Hoje, são 70 comissões instaladas em hospitais, com mais de 700 profissionais entre médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais. Essas equipes são responsáveis por identificar potenciais doadores, acolher as famílias e organizar todo o processo de captação junto à Central Estadual de Transplantes. Esse esforço fez o Paraná alcançar resultados expressivos: em 2015, o Estado ocupava a 5ª posição no ranking nacional da Associação Brasileira de Transplantes. Já em 2023 e 2024, assumiu a liderança, com pouco mais de 42 doações por milhão de habitantes. Em 2025, os dados parciais colocam o Paraná na 2ª posição, atrás apenas de Santa Catarina. A campanha Setembro Verde é dedicada à conscientização sobre a importância da doação de órgãos. O Dia Nacional da Doação de Órgãos (27 de setembro) foi criado por lei federal para reforçar esse gesto de solidariedade que salva vidas.