“Todos os aspectos das nossas vidas serão transformados, e isso pode ser o maior evento na história da nossa civilização”. Essa frase foi dita pelo brilhante físico e cientista Stephen Hawking. Ele se referia à IA (Inteligência Artificial) – um termo que está na moda, mas que já existe há cerca de duas décadas e que vem ganhando mais destaque.
Segundo reportagem do jornal “The New York Times”, nos Estados Unidos, a pandemia força uma aceleração da automação. O objetivo não é mais cortar custos trabalhistas ou ganhar em eficiência. A causa urgente é a de minimizar ao máximo o contato entre humanos e evitar a disseminação rápida do coronavírus.
“Antes da pandemia, as pessoas poderiam pensar que estávamos automatizando demais. Mas este evento vai levar as pessoas a pensar no que mais deve ser automatizado”, afirmou ao New York Times Richard Pak, professor da Universidade Clemson, que pesquisa os fatores psicológicos relacionados à automação.
Para Nivaldo Tadeu Marcusso, coordenador de pós-graduação Lato Sensu dos cursos de Engenharia e TI do Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo), o impacto da IA já é percebido em todas as áreas, tanto na indústria como em serviços, proporcionado ganhos de produtividade nos processos de negócios, bem como no desenvolvimento de novos modelos de negócios, principalmente, digitais. “A IA, com o Big Data e o IoT (Internet das coisas) serão os pilares da transformação digital das empresas na oferta de produtos e serviços, cada vez mais personalizados e proporcionando experiências únicas de consumo”.
Com a Inteligência Artificial teremos que ser mais analíticos e menos experts. Ou seja, confiar mais nos dados e saber como trabalhar com eles e confiar menos na intuição, na experiência vivida. O professor Nivaldo explica que com a IA teremos que trabalhar com um nível de complexidade maior dos negócios e com a inteligência analítica bem mais desenvolvida, pois o processo de decisão será baseado em variáveis multidimensionais e geradas em tempo real, conectadas a consciência e valores humanos dos profissionais do século XXI. “Por isso, cursos de especialização em Inteligência Artificial e em Big Data deverão receber cada vez mais especialistas de negócios e não da área de computação”.
Radiodifusão e a IA
O MCTIC ( Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) e a FAPESP ( Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo), em cooperação com o CGI (Comitê Gestor da Internet no Brasil), irão fomentar a criação de até oito CPAs (Centros de Pesquisa Aplicada) em IA (Inteligência Artificial). Quatro destes serão objeto de Edital a ser publicado e uma chamada para mais quatro será anunciada ainda este ano.
Estes CPAs serão voltados para o desenvolvimento de pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação, aplicadas e orientadas à resolução de problemas e que possam ser resolvidas com IA. Os Centros serão apoiados por um período de cinco anos podendo ser renovados por mais cinco anos, totalizando até 10 anos, de acordo com os resultados alcançados. Cada CPA poderá receber até R$ 1 milhão por ano da FAPESP e mais R$ 1 milhão de uma ou mais Empresas Parceiras.