Mesmo com o aumento do número de casos do coronavírus, a infectologista Flavia Gomide, em entrevista ao Em Pauta, deu dicas simples para a população e empresas manterem suas atividades.
Em meio às incertezas da pandemia, mudanças de bandeiras, restrições e relaxamentos nas medidas de isolamento social e expectativa com possível nova onda que já deu as caras em outros países, o brasileiro já entendeu que é preciso conviver, da melhor maneira possível, com a nova Covid-19.
Com o passar do tempo, retorno ao trabalho presencial e a inexistência de tratamento preventivo, indisponibilidade de vacinação acessível e em escala e suspeitas cada vez mais seguras de que a imunização de infectados tem prazo de validade, as pessoas começaram a relaxar com os cuidados individuais, por conta própria.
“O comportamento define tudo, mas todos têm seus limites emocionais, e mesmo capacidade de entender a situação. As pessoas estão cansadas, e querem a todo custo voltar à vida normal. Mas temos que saber que isto tem um custo”, refletiu a médica infectologista Flavia Gomide, em participação no programa Em Pauta, da Rede Aerp de notícias, na quarta-feira (02), representando a Sociedade Brasileira de Infectologia.
Para Gomide, a parte de grandes eventos, shows, festas e contato físico, é possível fazer quase tudo com segurança, se os cuidados básicos não deixarem de ser tomados. Entre eles, o obrigatório uso de máscara, higienização constante das mãos e atenção para evitar tocar o rosto com elas, por qualquer motivo. Além, é claro, do distanciamento.
“Distanciamento social não é necessariamente cada um na sua casa, pode ser cada um no mesmo ambiente a um metro e meio de distância do outro. Que não fiquem todos sentados juntos no sofá, acostumar a não abraçar e beijar quando chega, em fim, fazer o melhor possível diante do contexto”, explica.
Em coletiva de imprensa realizada na última sexta-feira, dia 27 de novembro, a secretária municipal de saúde, Sra. Márcia Huçulak, reforçou que hoje a prefeitura de Curitiba, assim como outros municípios, já tem uma noção muito clara de quais ambientes propiciam a propagação do vírus e quais ambientes são mais seguros para a população.
E que, portanto, este será um critério a ser considerado nas próximas mudanças de bandeiras e medidas restritivas de circulação impostas pelo poder público. Para ela, um dos principais motivos do aumento do número de casos tem sido o mau comportamento de jovens, que tem se aglutinado em locais onde o distanciamento é fisicamente inviável, com consumo excessivo de álcool, que por sua vez acaba inutilizando a proteção da máscara.
Assim, o foco das fiscalizações e autuações, daqui para frente, segundo a secretária, serão ambientes que propiciem a transmissão, como bares, restaurantes, praças de alimentação e não mais escritórios, escolas, comércios e demais serviços essenciais para a retomada da economia e que sofreram com as medidas restritivas em um primeiro momento. Especialmente os locais que não elaboraram protocolos sanitários restritos e adequados à realidade do negócio.
Dicas práticas
A Dra. Flávia Gomide nunca chegou a se infectar, mesmo atuando na linha de frente, circulando por hospitais de campanha e interagindo com doentes. “Talvez eu seja uma amostra viciada, pelo viés da especialidade, de tanta atenção que dou às regras básicas”, brincou. De qualquer forma, ela é a prova cabal de que é possível voltar à vida em meio à pandemia, mantendo elevado o nível de atenção para as recomendações preventivas.
Confira algumas outras dicas da infectologista:
· Evite, a todo o custo, tocar o rosto com as mãos. Se for fazê-lo, higienize antes;
· Invista em uma máscara confortável, que não exija um esforço descomunal para se permanecer com ela;
· Frequente ambientes seguros, com protocolos sanitários rígidos;
· Para não ter que higienizar todas as compras todas às vezes, higienize o que vai utilizar imediatamente e o que exige refrigeração. Deixe o restante de quarentena por 24 horas. O vírus tem que estar muito fresco para contaminar por contato em superfícies, portanto este período reduz a quase zero o risco de contaminação sem necessidade de higienização de todos os produtos;
· Deixe beijos e abraços para outro momento, não agora;
· Se afrouxar na interação social com amigos, por exemplo, é preciso conceder na outra ponta, para minimizar riscos de transmissão. Então, se optar por encontrar os amigos, não encontre com a família, ou avós, pelo período recomendado de quarentena.
É possível utilizar a entrevista com a Dra. Flávio Gomide na íntegra, basta acessá-la no botão abaixo: