Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

“Agora, é mais importante do que nunca não apenas abraçar a mudança, mas ser o agente dela”

Por Comunicação. Publicado em 17/07/2020 às 10:21.

A presidente e CEO da RAB (Radio Advertising Bureau), Erica Farber, em entrevista exclusiva para a Aerp, falou sobre a geração de receita do meio, a importância da união, da criação, dos negócios e do conteúdo neste momento de crise, além dos desafios que podem se tornar oportunidade de mudança para o rádio. O Radio Advertising Bureau é a associação comercial sem fins lucrativos que representa a indústria de rádio dos Estados Unidos.

Segundo a especialista norte-americana, existe uma oportunidade real de redefinir e repensar a abordagem do rádio para os negócios, clientes e ouvintes. “Agora, é mais importante do que nunca manter nossos ouvidos, olhos e mentes abertos e não apenas abraçar a mudança, mas ser o agente dela”. Acompanhe.

Hoje, quais são os maiores problemas que o rádio enfrenta quando se trata de geração de receita?

Erica Farber – As consequências econômicas da COVID-19 têm sido, particularmente, um desafio para todos nós e o mesmo se aplica para o rádio. A receita do meio começou muito forte e, infelizmente, quando a Covid-19 atingiu os Estados Unidos em meados de março, os anunciantes locais e nacionais fizeram uma pausa em seus planos de publicidade, e o rádio, como qualquer outra mídia, sofreu muito com isso. Como cidades e estados estão lentamente começando a reabrir, esperamos uma melhora no segundo semestre.

Como o rádio poderia acelerar seu crescimento?

Erica Farber – Continuamos vendo as empresas de radiodifusão investirem em tecnologia e sistemas que permitem uma abordagem de “rádio em qualquer lugar”, levando ao ouvinte, em todo e qualquer dispositivo e plataforma, o conteúdo de sua programação. Também é importante que o rádio se concentre em serviços e ferramentas que tragam métricas e resultados de ROI (Retorno Sobre o Investimento) para os anunciantes. Para ser competitivo, o meio precisa continuar investindo e se mantendo à frente, com uma comunicação forte e assertiva com seus públicos e anunciantes.

A pandemia do coronavírus estimulou ainda mais a digitalização. O que o rádio poder fazer para ser mais ousado no meio digital? 

Erica Farber – O rádio é um meio original, com personalidade e emissoras estão ousando muito no meio digital. Sabemos que a audiência do rádio aumentou e continuou forte durante a pandemia e permanece oferecendo a seus anunciantes muitas soluções, seja em ações off-line ou online. Mais importante ainda, o rádio continua com responsabilidade e confiança, que conquista os ouvintes e clientes, pois oferece um local seguro e confiável para as marcas.

Qual a importância da união da criação, negócios e conteúdo neste momento de crise?

Erica Farber – A união entre criação, negócios e conteúdo deve ser sempre prioridade e estar no centro das ações das emissoras de rádio. Durante os períodos de crise, elas fornecem, historicamente, as notícias e informações mais confiáveis, relevantes e verdadeiras, além de ajudar as comunidades locais a superarem os desafios, tornando-se o elo crítico para as pessoas. Com as restrições causadas pelo coronavírus, milhares de pequenas empresas, nos mercados em todo o país permaneceram abertas e precisavam desesperadamente de informações em suas cidades e vilarejos. O rádio, como sempre, foi além do esperado. O meio tem apoiado empresas e serviços nacionais, regionais e locais e, ao mesmo tempo, continua oferecendo aos ouvintes conteúdos em que confiam e acreditam, o entretenimento que desejam e a paixão e humanidade de que precisam. O rádio também continua inovando para fornecer conteúdo da maneira que os consumidores desejam, seja no dial ou por meio das smart speakers, podcast, TV e o próximo dispositivo digital que está por vir.

Em sua opinião, dentre todos os desafios que estamos passando, quais podem se tornar oportunidade de mudança para o rádio?

Erica Farber – A mudança em geral é difícil, impactante e irritante. Certamente todos estão passando por esse processo devido à crise na saúde pública e econômica, juntamente com a demanda por mudanças sociais. No momento, existe uma oportunidade real de redefinir e repensar a abordagem do rádio para os negócios, clientes e ouvintes. Agora, é mais importante do que nunca manter nossos ouvidos, olhos e mentes abertos e não apenas abraçar a mudança, mas ser o agente dela.