“Seja humano”. Essa é a dica do especialista em marketing Seth Godin. Em entrevista ao Inc. Godin reforçou que as pessoas esperam consistência. “Você precisa passar mais tempo dizendo: ‘para quem exatamente estou aqui e como posso fazer algo por eles, que eles sentiriam falta se eu não o fizesse?’ “
Em uma época em que as empresas precisam responder rapidamente, Godin argumenta que as de pequeno porte têm uma vantagem, pois estão mais próximas das pessoas a quem servem e podem agir mais rapidamente às suas necessidades e desejos. Slogans não ganham a confiança das pessoas, diz ele. “O que estamos pedindo quando nos sentimos perturbados é simplesmente para sermos vistos.”
Desafios
A pandemia do novo coronavírus trouxe muitos desafios para todos os departamentos, principalmente o marketing. As incertezas econômicas reduziram sensivelmente o poder de compra por parte do consumidor para diversas categorias e, por consequência, trazem verbas menores para a realização de grandes ações.
Mas há mais desafios, como explica Gislayne Muraro, diretora executiva da ADVB-PR (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil). “Em relação à comunicação, por exemplo, os maiores desafios são em como abordar o consumidor estimulando a compra, de forma responsável, mas respeitando todo o contexto pelo qual ele está passando: seus receios, dificuldades e necessidades prioritárias neste período? Em relação às ações de relacionamento, o isolamento é um grande desafio, dificultando a realização de ações presenciais, eventos e promoções”.
Gislayne acredita que todas as dificuldades fizeram aflorar nos consumidores o senso de pertencimento à uma comunidade. “Penso que qualquer ação de marketing deva, a partir de agora, considerar sempre este novo cenário, em que fatores como a sustentabilidade promovida por uma marca e as ações que ela desenvolve em prol da comunidade, deixaram de ser apenas um discurso do consumidor em relação ao que ele espera de uma marca, e virou uma realidade. O consumidor realmente espera que as marcas ajam assim daqui para diante, até porque ele viu as marcas fazendo muito, e não irá aceitar menos do que já experienciou”.
Com todos ligados no mundo online, outro grande desafio é criar campanhas que encontrem um cruzamento criativo entre todas estas plataformas. Gislayne ressalta que é preciso entender que o transmídia não é simplesmente repetir o mesmo conteúdo em diferentes meios. “Isso, aliás, é apenas redundância. É importante fazer mensagens que estejam atreladas ao contexto atual do mundo e adequadas ao funcionamento de cada canal”.