Quando uma empresa nasce, o risco faz parte da sua natureza. Não há garantias. Por este motivo, identificar oportunidades e ter inúmeras ideias para criar produtos e serviços para aproveitá-las torna-se essencial.
Para manter o seu sucesso, aquela empresa que antes buscava fazer o novo, começa a trilhar um caminho perigoso: a previsibilidade e a estabilidade. O que estamos vendo nesse momento mostra claramente, para quem ainda não tinha percebido, que estabilidade não existe.
Sendo assim, sairão na frente as empresas que já possuem o DNA empreendedor. Segundo Marcos Correia, professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo do Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo), as empresas empreendedoras estão habituadas a lidar com riscos e fracassos, pois sabem que os grandes acertos vêm depois de inúmeros erros. “São empresas visionárias, que não olham somente o hoje, mas estão sempre antecipando tendências e visualizando o futuro”.
Pedro Superti, especialista em marketing de diferenciação e CEO da Para o Alto e Avante, destaca o lado humano das empresas empreendedoras. “Elas trabalham com foco no resultado individual de cada pessoa que faz sua roda girar, permitindo que elas cresçam, pois é esse crescimento que vai refletir em um resultado de verdade para ela”.
Compartilhar informações
A inovação está intimamente ligada com informação. Marcos Correia explica que uma empresa inovadora sabe que o trabalho realizado por uma equipe altamente envolvida, irá gerar muito mais resultado que um trabalho realizado por um gênio solitário. “A colaboração e o compartilhamento precisam estar presentes no dia a dia das organizações”.
As pessoas que amam o que fazem sempre estão em busca de crescer em suas carreiras, lembra Pedro Superti. “A dificuldade de ter acesso à informação tira o brilho dos olhos, o sentimento de dono e elas passam a não trabalhar mais pela missão da empresa”.
Mas, como engajar os colaboradores, uma vez que a participação deles é fundamental? Marcos Correia enfatiza a importância de contratar pessoas que compartilhem dos mesmos valores, crenças e propósitos da organização. Depois disso, estar constantemente desafiando a equipe e dando condições para que ela busque o próximo passo, para que atinja o próximo sucesso e nunca se acomode, para isso, é necessário um trabalho duplo, de pertencimento e de reconhecimento. “É necessário envolver as pessoas para que elas se sintam úteis e parte do time e também reconhecê-las quando executam bons trabalhos. Por fim, o estímulo e a criação de uma cultura inovadora dentro da empresa ajudarão a organização a construir um motor contínuo, onde o próprio sistema gera e respira inovação e empreendedorismo”.
O reconhecimento é reforçado por Pedro Superti. “Elas precisam se tornar peças fundamentais da engrenagem da empresa. Elas têm que se sentir importantes, terem suas ações valorizadas sob o ponto de vista individual e coletivo. E, para isso, temos que estar sempre atentos para mantê-las apaixonadas pelo que fazem, com aquele brilho nos olhos”.
A cultura da empresa é fundamental. Para André Krummenauer, CEO da Involves. “A cultura forte dá espaço para que as pessoas se sintam confortáveis em se expor e manifestar seus pontos de vista. Acolhidos e representados, os colaboradores se sentem parte. A diversidade é muito positiva para a empresa porque confere novos olhares e perspectivas no negócio. A cultura tem se mostrado cada vez mais como um fator competitivo no mercado”.
Como incentivar o empreendedorismo nas empresas?
Pessoas com espírito empreendedor dentro das empresas são um recurso muito valioso: atitude de dono, paixão pelo negócio, autoconfiança, otimismo, vontade de realizar, criatividade, perseverança, visão de conjunto e proatividade são características valiosas que toda empresa ou instituição deveria buscar em seus líderes atuais e futuros. Confira as dicas dos especialistas para incentivar o empreendedorismo em sua empresa:
- Tenha clareza sobre o que sua empresa deseja, o que quer atingir e o que a equipe ganha com isso. Muitas empresas desejam equipes empreendedoras, mas criam sistemas engessados, burocráticos e extremamente hierarquizados que sufocam qualquer tentativa de inovação;
- Crie mecanismos de incentivo para a atitude empreendedora, incentivos simbólicos e mesmo financeiros, bem como o desenvolvimento de uma “paciência com o fracasso”, pois nenhuma empresa vai ser empreendedora se não admitir erros;
- Premiar, promover e reconhecer os talentos empreendedores, para que eles se tornem símbolos dessa atitude empreendedora e contaminem os demais;
- Desenvolva uma cultura empreendedora. Desde o exemplo de seus líderes, passando pelo conjunto de regras, normas e hierarquias, chegando até o ambiente físico. Uma cultura bem forjada tem força para girar a roda do empreendedorismo dentro da organização.