O termo compliance teve sua origem, no verbo em inglês to comply, que significa cumprir, satisfazer, realizar. Sua tradução mais fidedigna traz o termo “conformidade”, na língua portuguesa.
Para Marcus Vinicius Furtado Coêlho, ex-presidente do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o compliance deve ser encarado como um fator de eficiência e segurança, capaz de gerar uma verdadeira mudança dentro do ambiente profissional.
O ex-presidente da OAB disse, em entrevista para a revista eletrônica ConJur (Consultor Jurídico), que são vários os instrumentos capazes de garantir a execução da política de compliance dentro das organizações, como a elaboração e aplicação de um código de ética e conduta, de um canal para denúncias e de um treinamento para os colaboradores. “O compliance resulta em uma série de fatores positivos para órgãos públicos e empresas, como o cuidado com a boa reputação da instituição, o estímulo ao ambiente saudável na corporação, a maior eficiência na gestão, a garantia da confiabilidade das informações, a valorização da marca no mercado, o melhor retorno dos investimentos, e, claro, desde que bem executada, evita sanções dos órgãos fiscalizadores e litígios judiciais”.
O diretor de Governança, Riscos e Compliance da Copel, Vicente Loiácono Neto explica que o compliance garante a aderência e o cumprimento das regras, tanto de empresas grandes como pequenas. “Todos na empresa devem estar conforme as regras, sejam eles da diretoria ou colaboradores. Entre as regras estão às aderentes ao ramo de atuação da empresa, bem como as normas gerais de organização da companhia”.
Home Office
Outro ponto a ser considerado no processo de compliance é o trabalho à distância, que já era realidade para muitos e se tornou o novo padrão. E esta nova realidade traz diversos desafios para profissionais e para as organizações, que buscam adaptar suas operações. Este também é um cenário bastante propício para acontecerem fraudes e atos de corrupção. Isso porque o fluxo padrão muitas vezes deixa de acontecer e, com isto, falhas que não existiam antes surgem.
Vicente explica que esta será a nova realidade das empresas a curto e médio prazo e que é preciso se adaptar para que a empresa mantenha a aderência às regas. “É um grande desafio para o compliance, uma vez que exige treinamento da equipe e interação. Mas com inteligência e procurando se reinventar utilizando as tecnologias, como o ensino à distância, é possível continuar mantendo o programa de integridade e o código de conduta na empresa”.
Além do trabalho home office, a pandemia traz riscos futuros. Vicente esclarece que esse novo cenário que nos está sendo imposto trouxe uma série de riscos, principalmente o financeiro, que é sentido de forma diferente pelas pessoas e empresas. Mas, uma nova onda de contagio é algo mais preocupante. “Pode existir uma nova onda da pandemia. As empresas que se prepararam irão encarar de uma forma diferente no mapa de riscos. Obviamente é um desafio novo, mas se ele for mapeado as empresas irão gerir de uma forma melhor”.