Especialista destaca práticas que podem auxiliar na busca por inclusão social e equidade dentro das empresas.
Por Fernanda Nardo.
Atualmente, muito se fala em promover a diversidade, mas quando o assunto é no âmbito organizacional, o que isso significa? Primeiro, é fundamental entendermos que a diversidade está relacionada com a ação de romper com o preconceito e a discriminação de indivíduos e grupos, e deve ser associada a outros termos, como a inclusão social e a equidade.
A diversidade está intimamente ligada à transformação organizacional como um todo, ela fala sobre o reconhecimento de identidades e da dignidade de todas as pessoas, da criação de oportunidades e a abertura de espaços que possam gerar aprendizados pela interação que acontece entre esse caldo social humano que é tão rico e heterogêneo.
“Promover a diversidade nas empresas trata-se de um trabalho que consiste em considerar a pluralidade cultural presente, em suma respeitar e acolher as diferenças dos colaboradores, assim como proporcionar uma interação criativa buscando a sinergia e o sucesso organizacional”, destaca a psicóloga e especialista em gestão de pessoas, Patrícia Metz da Fonseca Lemos.
Ou seja, a diversidade não contribui apenas para um mundo mais justo e humano, mas também promove a troca de experiências, de pontos de vista, de habilidades e de vivências amplia as possibilidades da equipe, favorece a convivência e melhora os resultados globais e benefícios para as organizações, inclusive, financeiros.
Para a especialista, as demandas do mercado globalizado se tornaram mais complexas e na mesma proporção que as exigências do desenvolvimento de novas competências organizacionais, como a resolução de problemas, pensamento digital, criatividade a inovação, adaptabilidade, resiliência, tomada de decisão/ousadia.“Tais competências contribuem para a construção de equipes plurais, considerando que as interações permitem expandir as possibilidades organizacionais”.
Sendo assim, as organizações consideradas inclusivas, que estão engajadas para a construção de uma sociedade mais inclusiva, devem ter lideranças inclusivas, que contemplem em suas equipes pessoas negras, com deficiência, LGBTQIA + e mulheres. “O respeito e o reconhecimento da diversidade estão presentes integralmente nos valores e no planejamento estratégico das lideranças, havendo assim, a consonância entre o discurso e as ações institucionais”, explica Patrícia..
Gestão Inclusiva – Uma empresa com base na Gestão da Diversidade (GD) tem inúmeros benefícios, como a ampliação da criatividade e inovação, vantagem competitiva, maior assertividade na resolução de conflitos, desenvolvimento de um clima organizacional positivo, maior sinergia entre as equipes, diminuição do turnover, aumento da produtividade, formação de equipes de alta performance e melhora da imagem social da empresa.
A gestão de diversidade envolve a transformação do todo, o que implica diretamente nos padrões culturais dominantes que estão relacionados às mudanças de políticas e práticas institucionais. “A GD deve ser planejada estrategicamente e consolidada com a participação de todas as equipes, certamente isso vai gerar um maior engajamento, sentimento de pertença dos indivíduos e grupos”, diz a especialista.
Segundo a psicóloga, a implementação de processos de GD envolve uma série de alinhamentos administrativos e operacionais, no qual, a especialista destaca três núcleos de práticas que atingem todos os colaboradores de uma organização.
1. Atração e retenção de talentos:
– Fomentar políticas de recrutamento e seleção focadas na diversificação da equipe de colaboradores e na inclusão social;
– Eleger perfis para os cargos e funções baseados na diversidade.
2. Treinamento e desenvolvimento de pessoas:
– Desenvolver competências gerenciais voltadas à diversidade e inclusão social;
– Preparar os executivos, gestores e líderes para trabalhar a integração das diferenças culturais nas ações corporativas;
– Proporcionar constantemente em todos os setores, encontros para trocas de experiências e conhecimentos.
3. Comunicação:
– Investir em estratégias de endomarketing, visando a conscientização quanto a importância da diversidade e o respeito às diferenças;- Elaborar projetos organizacionais vinculados às temáticas da diversidade, inclusão e equidade.