Emissoras apontam que devem continuar promovendo a presença das marcas no meio online e assim também atingir um público maior, mesmo com o retorno das atividades presenciais.
Por Marinna Protasiewytch
Antes da pandemia, a realidade de diversas rádios passava pela promoção de grandes eventos, principalmente shows musicais, onde o público estava perto do artista, mas também da marca. Porém, com a doença que assolou o planeta tudo isso precisou ser paralisado por um tempo e novas formas de interação passaram a ser utilizadas.
As lives shows, por exemplo, ganharam espaço e artistas do mundo todo aderiram à moda. Com palcos montados em casa ou até em espaços para eventos, mas sem público, as estruturas contaram com muita tecnologia e produção cinematográfica. Para Marinho Martinez, gerente da Massa Fun, empresa de eventos do Grupo Massa, esta realidade chegou para ficar, mas possivelmente com um mix do presencial e do online.
“No meio da pandemia, a gente se adaptou. Criamos lives com diversos artistas. Criamos um projeto chamado Desafio das Lives, com artistas regionais de todo o Paraná, onde aquele que conseguisse arrecadar a maior quantidade de alimentos ganharia uma participação no programa do Ratinho. Então desenvolvemos grandes projetos online, como o Outubro Rosa, e o Mais Verão Rede Massa, que também teve montada a estrutura na praia de Caiobá, mas sem público”, revelou o gerente.
Como uma previsão de que este formato seria o ideal no futuro, a rádio Banda B, de Curitiba, vem investindo em tecnologia para o site e as redes sociais há cerca de 10 anos. Uma das gigantes do setor, a empresa viu o público migrar para o online na pandemia e desenvolveu formas de se comunicar com ele também fora das ondas do rádio.
“O que já existia antes da pandemia, que era essa presença forte da Banda B no online, agora passou a ser muito maior. Esse é um trabalho de mais de dez anos de mídia digital que a gente vem fazendo e que agora fez toda a diferença, principalmente para conseguirmos nos manter como opção para o ouvinte. Fizemos várias ações online, tanto orgânica, quanto paga. Entrevistas pelas redes sociais e outras ações, que agora estão voltando aos poucos para o presencial”, revelou a coordenadora de jornalismo da Rádio Banda B, Denise Mello.
Eventos híbridos
Com isso, uma nova categoria de eventos surgiu, os chamados “eventos híbridos”, que mesclam as atrações presenciais, com a presença do público, com as transmissões via internet. A modalidade agora é vista como uma opção para aumentar o alcance das marcas. “Acho que a maioria das empresas descobriu um novo modelo de negócio, para potencializar a entrega principalmente para os patrocinadores de eventos. Por meio do digital, você consegue fazer uma entrega maior ainda, então acho que vai ser um modelo que veio para ficar, mesclando o público presente e aqueles que não podem comparecer ao evento”, pontuou Marinho Martinez.
Dados apresentados em uma pesquisa do Statista sobre como serão os eventos no mundo pós-pandemia mostraram que, dos mais de 7 mil respondentes de dez países, a grande maioria tem se considerado inclinada a consumir os eventos presenciais ou híbridos, deixando para trás aqueles exclusivamente online. No Brasil, por exemplo, 59% das pessoas dizem preferir o formato híbrido, enquanto 38% gostam mais do presencial e cerca de 3% optaram pelos encontros exclusivamente online.
Rod Becker, coordenador de programação da Mundo Livre FM, aponta que este é um modelo que chegou para ficar. “Acreditamos sim que o modelo híbrido é uma tendência. Faz muito sentido, neste período de pandemia cresceu bastante o consumo online, mas claro que a tendência não é crescer na taxa que cresceu no início do isolamento. No entanto, a gente tem que continuar olhando para isso como uma forma de expansão e de divulgar nossos produtos e serviços”, ressaltou Becker.