Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Imprensa brasileira sofreu ataques a cada dois dias em 2022

Por Redação. Publicado em 11/05/2023 às 11:27.

Relatório anual da ABERT sobre Violações à Liberdade de Expressão aponta os casos de agressão contra profissionais de comunicação de 2022

Com informações da ABERT


O Relatório anual da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisãode (ABERT) sobre Violações à Liberdade de Expressão voltou a registrar dois casos de assassinato de jornalistas pelo exercício da profissão em 2022. Foram registrados ainda 137 casos de violência não letal, que envolveram pelo menos 212 profissionais e veículos de comunicação. O número significa que, a cada dois dias, a imprensa brasileira sofreu algum tipo de ataque.

Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (10/05), em Brasília e contou com a presença de representantes da AERP. Em relação a 2021, o documento aponta que houve uma redução de 5,52% no número de casos não letais e de 7,83% no número de vítimas. Em 2022, as agressões físicas estiveram no topo da lista de violações ao trabalho jornalístico. Foram 47 casos contra os 34 do ano anterior, um aumento significativo de 38,24%. O número de vítimas também subiu de 61 para 74, um aumento de 21,31%.

O Relatório aponta ainda uma incidência maior dos vários tipos de agressões em períodos específicos e com viés político. Os ataques em várias cidades brasileiras ocorreram, em sua maioria, nos dias seguintes ao segundo turno da eleição presidencial, durante a cobertura dos protestos contra o resultado do pleito, e durante a desmobilização de acampamentos em frente aos quartéis do Exército.

Casos de importunação sexual, que anteriormente não foram registrados, voltaram a aparecer no mapa da violência. Também os casos de censura e ataques e vandalismos tiveram aumentos de 100% e 25%, respectivamente.

O Brasil no Mundo

O Brasil continua nas listas mundiais de nações perigosas para o exercício do jornalismo. De acordo com dados da organização internacional Repórteres sem Fronteiras (RSF), no período de 2003 a 2022, 42 jornalistas perderam a vida no Brasil. Na maioria dos casos, a motivação dos assassinatos estava diretamente relacionada a denúncias e investigações de crime organizado e corrupção. O Brasil figura entre os 15 países da América Latina que registaram o maior número de casos de assassinatos de jornalistas nas últimas duas décadas. Já o Observatório de Jornalistas Assassinados da UNESCO aponta que, em 2022, 87 profissionais da mídia foram mortos em todo o mundo, um a cada quatro dias.

O Relatório da ABERT contou com a parceria da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), e apoio da Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER), da Associação Nacional de Jornais (ANJ), e do Instituto Palavra Aberta.

CLIQUE AQUI PARA ACESSAR O RELATÓRIO