A décima quinta edição do Fjord Trends aponta que as empresas enfrentam o desafio de trabalhar para que a criatividade, diversidade e a construção de confiança possam prosperar diante de um mundo mais autônomo.
Por Fernanda Nardo, com informações da Fjord Trends
A 15ª edição do Fjord Trends, relatório anual apresentado pela consultoria de design da Accenture, aponta que uma era de crescimento pós-traumático está tomando forma, com isso, existe a abertura para novas possibilidades, um maior senso de força pessoal, de espiritualidade e uma avaliação mais profunda pela vida. Segundo o documento, ficou evidente a transformação da relação das pessoas com o trabalho, o consumo, a tecnologia e o planeta: da alteração da mentalidade dos trabalhadores e a escassez provocada pelos problemas nas cadeias de suprimento, à chegada cada vez mais próxima do metaverso. Tudo isso tem obrigado as empresas a desenhar estratégias de negócio que considerem essas disrupções, segundo o relatório.
Para os especialistas, as pessoas estão se perguntando quem são e o que é importante para elas e, em muitos casos, estão encontrando uma nova confiança para mostrarem-se como elas são. Há também uma crescente humanização da força de trabalho: a vida profissional e a vida privada estão se misturando mais. Ou seja, hoje, para um profissional admitir que não se sente muito bem, não é mais um sinal de fraqueza no trabalho.
As pessoas estão tendo um senso mais forte sobre como e onde gastam seu tempo e atenção. Por isso, segundo o estudo, as empresas não devem subestimar a mudança nas relações, tampouco o papel dos negócios em resposta ao atual cenário. As escolhas que as companhias fizerem daqui para frente, portanto, têm o potencial de afetar o mundo e sua estrutura de maneiras impensáveis.
Além disso, segundo o relatório, as pessoas também estão ficando cara a cara com o impacto que estão causando no planeta e, finalmente, aceitando que não podem continuar se comportando como se fossem separadas da natureza. Diante deste cenário, os especialistas destacam que o futuro guarda diversos desafios, bem como oportunidades para empresas interessadas em construir relacionamentos positivos e duradouros que beneficiem as pessoas, a sociedade e o planeta. Segundo o estudo, um dos desafios está em entender essas novas relações e seus impactos, para então, convertê-las em estratégias de negócio potentes o bastante para serem relevantes e gerarem crescimento.
Veja as cinco tendências para 2022 e respectivos significados, segundo a Fjord:
1. Seja você mesmo: “Depois de dois anos de pandemia, as pessoas vêm sentindo uma vontade cada vez maior de agir, o que acaba afetando a forma como trabalham, se relacionam e consomem. Em outras palavras, as pessoas estão questionando quem são e o que é importante para elas. O crescente individualismo reforçado por uma mentalidade “eu acima de nós” tem profundas implicações na forma como as organizações lideram seus funcionários e moldam novas propostas de valor para esse público, além do relacionamento com clientes.”
2. O fim da mentalidade da abundância?: “Ao longo do ano, muitos tiveram que lidar com as dificuldades impostas por uma despensa vazia, contas de energia cada vez mais caras e a escassez de serviços do dia a dia. Ainda que a escassez nas cadeias de suprimentos possa ser um desafio temporário, o impacto deve persistir e levar a uma mudança na ‘mentalidade da abundância’ – baseada na disponibilidade, conveniência e velocidade – e despertar uma maior consciência ambiental. As empresas precisam lidar com a ansiedade que pessoas do mundo todo sentem em relação à disponibilidade de produtos.”
3. A próxima fronteira: “Explosão cultural prestes a acontecer, o metaverso será a nova fronteira da internet, combinando todas as camadas existentes de informação, interfaces e espaços com os quais as pessoas interagem e oferecendo uma nova camada para quem deseja ganhar dinheiro, além de criar novos tipos de empregos e infinitas possibilidades. E as pessoas esperam que as empresas os ajudem a entender melhor e transitar por esse universo. O metaverso não deve ficar restrito às telas e fones de ouvido — será parte das experiências e lugares no mundo real que interagem com o mundo digital.”
4. Isso é verdade: “Agora, as pessoas querem fazer perguntas e receber respostas por meio de um simples toque ou de uma breve troca com um assistente de voz. A verdade é que isso se tornou tão rápido e imediato que as pessoas estão fazendo cada vez mais perguntas. Para as marcas, a quantidade de perguntas de clientes e o número de canais de comunicação estão em constante crescimento. Como respondê-las é um grande desafio de design, um motivador crítico para a confiança e uma fonte futura de vantagem competitiva.”
5. Cuidado, frágil: “O cuidado ganhou ainda mais importância no ano que passou – e em todas as suas formas: autocuidado, cuidado com o outro, serviços de cuidado e os canais de cuidado, tanto digitais quanto físicos. O cenário trouxe oportunidades e desafios para empregadores e marcas, independentemente de suas credenciais relacionadas à saúde ou cuidados médicos. As responsabilidades envolvidas no autocuidado e no cuidado com o outro seguirão como prioridade nas nossas vidas. Designers de produtos e empresas precisam abrir espaço para praticar o cuidado.”
Confira o estudo completo, AQUI.