A pandemia do novo coronavírus trouxe uma nova visão de mercado para vários segmentos. No caso do rádio, empresas de tecnologia, como a JBL, puderam sentir uma mudança de comportamento em relação ao consumo. Os ouvintes passaram a estar cada vez mais conectados, seja por conta do home office ou pelo isolamento social.
Em entrevista exclusiva à Aerp, Luciano Sasso, Vice President, Sales & Marketing ConsumerAudio South America da Harman, empresa que representa a JBL no Brasil, contou que a marca já vinha acompanhando a tendência dos dispositivos de áudio portáteis e da relevância do som para o dia a dia das pessoas e que o “novo normal” chegou para acelerar este conceito ainda mais.
A tecnologia de voz se tornou ainda mais relevante em meio à quarentena. Neste contexto, como fica a evolução de um segmento que já vinha em ascensão?
Luciano Sasso: A chamada casa conectada era uma tendência mesmo antes da pandemia da covid-19, quando já projetávamos o mercado de dispositivos inteligentes crescendo em um ritmo acelerado e com elevado potencial. Nesse sentido, nossos produtos passaram a acompanhar o impulsionamento do conceito de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), cada vez mais procurado pelos consumidores. Em 2020, somaram-se ao nosso portfólio as caixas de som portáteis JBL, a linha conta com o Google Assistente integrado (proporcionando esta integração entre dispositivos e as casas inteligentes).
O período de pandemia fez as pessoas passarem mais tempo em casa e, naturalmente, o foco de investimento das famílias se voltou para o próprio lar. Com isso, a tecnologia de voz, que já era uma forte tendência, é impulsionada no mercado com um aumento na procura dos consumidores – e nós já estávamos prontos para isso.
Vocês têm apostado na venda das caixas de som inteligentes, com a pandemia houve um aumento nas vendas?
LS: Elas possuem um mercado com significativo potencial de crescimento, mas por enquanto o consumidor brasileiro ainda está conhecendo os benefícios desta categoria. Ainda assim, registramos um aumento nas vendas das caixas de som neste período de pandemia, quando o público intensificou a procura por produtos para qualificar o home office e os momentos de lazer em casa.
A JBL lançou no ano passado o JBL Tuner, um modelo que embarca o FM como uma função importante. Por que foi importante para vocês investirem em um produto que contempla o rádio?
LS: Possuímos produtos que atendem a todos os tipos de demanda dos consumidores. O modelo JBL Tuner FM, por exemplo, possui conexão DAB – Digital Audio Broadcast (radiodifusão sonora digital). Sempre tivemos um produto específico para o rádio. Este é um segmento com consumidores fiéis que recebe uma atenção especial da empresa, especialmente por sabermos da paixão do brasileiro por esse importante meio de comunicação.
Hoje já atendemos os mais variados perfis de amantes do rádio e estamos em constante atualização dessas linhas, levando produtos com valor agregado para além da perfeita transmissão FM.
Como a empresa vê o mercado de rádio no Brasil?
LS: A Harman (JBL) se coloca como uma verdadeira parceira não somente do consumidor de rádio, como também dos radialistas e das emissoras brasileiras. Disponibilizamos soluções de áudio desenvolvidas especialmente para o segmento, como a linha de consoles digitais, que oferecem áudio e conectividade de alta qualidade. E ainda temos as linhas de monitores profissionais JBL, para se obter a melhor referência de áudio para os radialistas nos estúdios, microfones profissionais e os fones de ouvido profissional “over-ear”.
Quando falamos do mercado de rádio também nos referimos a uma memória afetiva do consumidor. O impacto social das emissoras é histórico, pois essa conexão com os ouvintes ditou alguns dos caminhos do mundo da música.
Muito por nossa história tradicional no segmento de áudio, mantemos um zelo especial pelo rádio. Além de desenvolver produtos com uma sintonia FM de qualidade, buscamos integrar o rádio às novas tecnologias, como a conexão Bluetooth para que o consumidor também ouça suas músicas favoritas em streamings. Assim, compreendemos esse novo comportamento do público que não deixou o rádio de lado, porém quer cada vez mais funcionalidades em um único produto, ainda no conceito de IoT.
Entrevista Karina Magolbo
Edição Marinna Protasiewytch