Palestra com Giovana Alcântara, da Kantar IBOPE Media, trouxe informações sobre como rádios e TVs se adaptam para garantir relevância no consumo de áudio e vídeo em meio à grande quantidade de informação, meios e devices
por Juliana Sartori
Um dos principais destaques do evento que abriu a série de Encontros Regionais, em Curitiba, nesta segunda-feira (28), promovidos pela Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (Aerp) e pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Paraná (Sert-PR), foi a palestra “Sinapse: Os desafios da mídia no contexto de hiperinformação”, ministrada pela Diretora de Desenvolvimento de Negócios Regionais da Kantar IBOPE Media, Giovana Alcântara.
A palestra trouxe números importantes sobre como o ambiente de mídia tem sido desafiador para os veículos de comunicação como o rádio e a TV e também para a publicidade, em meio à enorme quantidade de informação, marcas, meios e aparelhos . “A população ao longo do dia transita entre mídias e devices o tempo todo e isso muda a forma como consumimos informação”, afirmou.
A conectividade é crescente em todo país. O aumento do uso de dispositivos móveis para acessar à Internet foi de 150% nos últimos 10 anos. E a dependência também, já que 69% das pessoas afirmaram em entrevista que se sentiriam perdidos caso não conseguissem acessar a Internet.
Neste cenário híbrido, para garantir bons resultados de ações publicitárias no rádio e na TV, Giovana Alcântara elencou 5 quesitos necessários: relevância, criatividade, contexto, eficácia e resiliência. Pois, de acordo com os números apresentados, 75% dos consumidores conectados preferem publicidade relevante aos seus interesses; 50% da efetividade de mídia é direcionada pela qualidade criativa da publicidade; 63% dos consumidores conectados preferem ver publicidade em plataformas que eles apreciam; 74% dos consumidores conectados disseram que veem os mesmos anúncios muitas vezes, o que se torna muito repetitivo; e 53% dos consumidores conectados enquanto assistem TV buscam na internet as marcas anunciadas.
A Diretora de Desenvolvimento de Negócios Regionais da Kantar IBOPE Media também lembrou que 43% das pessoas que assistem TV procuram entretenimento, enquanto 51% vão em busca de informação. No rádio, 39% querem entretenimento enquanto 40% buscam se informar.
A palestrante lembrou que, durante a pandemia, o consumo de áudio e vídeo aumentou, impulsionado pela tecnologia em combinação com os veículos tradicionais. Ela mostrou que 78% do tempo dedicado ao consumo de vídeo no domicílio é direcionado para emissoras de TV, enquanto 22% do tempo consumindo vídeo é dedicado ao vídeo online. Em 2021, mais de 204,7 milhões de brasileiros assistiram à grande tela. O índice de alcance da TV chegou a 99,7% dos lares brasileiros no ano passado.
De acordo com os dados apresentados pela Kantar/IBOPE, em 2021, o meio rádio foi ouvido por 81% da população nas 13 regiões metropolitanas pesquisadas, o que representa um aumento de 3 pontos percentuais em relação a 2020. Cada ouvinte passou cerca de 4h14min ouvindo rádio por dia. Sendo 67% em casa, 26% no carro, 11% em outros locais, 8% no trajeto e 3% no trabalho.
Dos ouvintes de rádio, 81% ouviram pelo rádio comum, 24% pelo celular, 4% em outros equipamentos e 3% pelo computador. O que se percebe também é um aumento do tempo médio diário dedicado ao rádio na web, que chega a 2h46min.
Giovana também trouxe uma curiosidade sobre o Paraná. A Kantar/IBOPE mostrou que entre os ouvintes do estado, a cidade que possui a maior audiência online de rádio é Ponta Grossa, com 32% dos ouvintes; Cascavel com 29% e Londrina com 27%. Curitiba aparece com 18%. E o aparelho celular também mostra sua importância na hora de ouvir rádio pela web: 68% dos ouvintes que consomem rádio pela internet o fazem pelo celular.
Giovana também destacou o consumo de podcasts, que vem aumentando. Cerca de 31% ouviram podcasts nos últimos 3 meses, o que representa um aumento de 32% em relação ao último ano.