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O que um mestre de xadrez pode ensinar sobre inteligência emocional?

Por Comunicação. Publicado em 17/07/2020 às 10:20.

Garry Kasparov é considerado o melhor jogador de xadrez de todos os tempos. Aos 22 anos, Kasparov ganhou o título de mais jovem campeão mundial. Ele quebrou vários recordes e dominou o mundo competitivo por 20 anos, antes de se aposentar em 2005. 

Kasparov é um incrível estrategista de xadrez, mas também é um pensador brilhante, cujas ideias podem ser aplicadas ao mundo dos negócios e a qualquer tipo de tomada de decisão. Isso porque ele tinha o hábito de sempre analisar seus erros. “Se você quer entender como melhorar, precisa analisar exatamente os movimentos que fez e descobrir a natureza dos seus erros”, diz Kasparov. 

Isso exclui inventar desculpas, diz Kasparov, como afirmar que uma jogada ruim foi resultado de alguém falando alto demais ou da maneira como o oponente olhou para você. “Quanto melhor você entender a natureza dos seus erros, maiores serão suas chances de melhorar rapidamente”.

Segundo Matheus Jacob, economista, especialista em comunicação e treinamento de líderes, a inteligência emocional, conceito da psicologia desenvolvido pelo ph.D Daniel Goleman, tem cinco pilares, que quando bem administrados auxiliam no desenvolvimento do QE (Quociente Emocional). “Se sou capaz de reconhecer e gerir as emoções, além de enxergar as emoções alheias e saber como me conectar com elas, qualquer negociação, conflito ou disputa fica muito mais fácil de ser resolvida”.

Sempre que há uma emoção, seja positiva ou negativa, há energia por trás, explica Matheus. “A alegria, a tristeza, a raiva ou qualquer outra emoção sempre representa uma alteração em um nível energético. Essa mesma energia pode ser compreendida, ressignificada e redirecionada para outra direção.” Garry Kasparov faz isso com maestria.

Aprenda com os erros

Justin Bariso, consultor e autor do livro “QE Inteligência Emocional – Um guia prático para aprender a gerir as emoções” reforça que a análise dos erros é muito importante porque todos nós cometemos. “A questão é: o que você faz depois de cometer um erro? A tentação é insistir no erro e sentir pena de si mesmo. Em vez disso, você deve adquirir o hábito de  analisar seus erros. Não para se repreender continuamente pelo que fez de errado, mas para identificar o que você pode mudar para impedir que isso aconteça novamente”.

Aceitar críticas, mesmo que construtivas, é extremamente difícil para a maioria das pessoas, explica Justin. “Ficamos sensíveis ou chateados quando alguém nos diz o que fizemos de errado ou nos aponta uma maneira de melhorar. É natural. Geralmente não é bom ser corrigido. Porém, um simples ajuste pode fazer maravilhas para o seu crescimento pessoal”

Para ajudar no processo de aquisição do hábito de  analisar os erros, Justin elaborou quatro questões que precisamos fazer quando cometemos erros:

  • Por que reagi desta maneira? 
  • O que posso ter entendido errado ou feito de errado, especialmente, no calor do momento? 
  • O que eu mudaria se pudesse fazê-lo novamente? 
  • O que eu poderia dizer para mim mesmo da próxima vez, que me ajudaria a pensar com mais clareza? 

O objetivo dessas perguntas é engajar seu processo de raciocínio para que você seja mais hábil em reconhecer seu comportamento emocional e tendências em avançar. Você pode tomar medidas para alterar comportamentos prejudiciais.