A tragédia do acidente com a seleção chapecoense, que envolveu muitos radialistas e jornalistas, mobilizou o rádio.
O rádio nunca fica mudo. Mas desta vez, o silêncio das lágrimas e da emoção tomaram conta do dial. Muitos radialistas foram perdidos na tragédia. Entre as vítimas, há sete radialistas de Chapecó, e só um deles sobreviveu. “Eles eram todos muito conhecidos aqui na cidade. São muitos anos de contato próximo com a população. Vamos ter que reconstruir não só o time, mas também todo o jornalismo esportivo em Chapecó”, diz Ivan Cargos Agnoletto, diretor esportivo da rádio Super Condá. Agnoletto não embarcou porque deu lugar a outro narrador da rádio, chapecoense fanático, Gelson Galiotto, que sonhava fazer a cobertura da final.
No mesmo voo estava mais um jornalista da rádio, Edson Luiz Ebeliny, conhecido como Edson Picolé. Outra vítima, Renan Agnolin era gaúcho, e foi morar em Chapecó há seis anos, para estudar jornalismo e, segundo o pai, amava a carreira de jornalista esportivo.
Também da região catarinense, o radialista Fábio Schardong perdeu o irmão, o jornalista Fernando Doesse. Ambos apaixonados pela rádio, Fábio sofre agora com uma separação dupla: perde o irmão quatro anos mais velho e o colega de trabalho, com quem dividiu os microfones desde que ingressou na profissão da radialista, há cerca de 30 anos. Repórter da Rádio Chapecó, Douglas Dorneles foi outra vítima do acidente.
O vice-presidente editorial do Grupo RBS e presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais), que também perdeu profissionais no acidente, afirmou: “participar da cobertura de uma final internacional é uma pauta reservada a poucos. Uma espécie de condecoração jornalística ansiada por todos os que atuam na imprensa esportiva”.
Michel Micheleto, diretor executivo da Banda B, se emocionou ao falar de Caio Junior, um dos falecidos no acidente: “pessoas boas vencem e qualquer lugar. Ele era um exemplo de amizade e bondade”. Micheleto deu uma entrevista exclusiva ao Paraná de Hoje, da Rede Aerp de Notícias. Ouça aqui um trecho:
Fontes: Folha Uol, Extra, IG