Por Marinna Protasiewytch
Durante a pandemia, o Google tem promovido diversas ações para auxiliar empresários e o próprio público a enfrentar a crise. Em uma pesquisa lançada virtualmente em parceria com a MindMiners chamada de “Vida na Quarentena”, as instituições buscaram saber sobre os impactos da COVID-19 nos hábitos, sentimentos e anseios das pessoas. São entrevistadas semanalmente 1.000 pessoas de todos os estados do Brasil, a fim de apresentar um diagnóstico do momento com números que reflitam os impactos da quarentena na vida dos brasileiros e na relação dessas pessoas com as marcas.
Na medição feita entre 4 e 6 de junho, sete em cada 10 entrevistados acham que as marcas estão atuando de maneira positiva durante a crise, e 72% delas estão mais dispostas a comprar das marcas que se posicionam e agem no combate ao coronavírus. Este dado aponta para uma mudança de consciência do público e também de visão de consumo e alerta para um cuidado maior com as ações tomadas durante a pandemia.
“As ações possíveis das empresas podem ser vistas por três frentes: primeiro adaptando a marca as necessidades e rotina do seu consumidor; segundo a marca usar da sua comunicação para contribuir com um contexto que já é complexo por si só; e por fim, arrecadando recursos e insumos para ajudar instituições e pessoas que possivelmente precisam de apoio em um momento delicado como o da pandemia”, afirma Karlan Muniz, publicitário, pesquisador na área de comportamento do consumidor e professor do curso de Publicidade e Propaganda da PUC-PR.
Na pesquisa “Vida na Quarentena” também foram identificados os pensamentos do público em relação às atitudes que podem ser tomadas. 69% acreditam que as empresas devem realizar doações para a ajudar na crise da Covid-19; já 62% veem como positiva a manutenção de empregos; 52% afirmam que conscientizar a população é uma das formas das marcas serem bem vistas perante o público e por fim, 44% disseram que facilitar o processo de compra de produtos é uma das formas de ser bem visto durante a pandemia.
Ainda segundo o levantamento da Google e da MindMiners, 43% das pessoas lembram das ações das marcas na pandemia o que pode gerar uma identificação e fidelização do público.
Cancelamento de marcas pelo público
Uma prática vista de forma muito comum durante a pandemia é a mobilização de pessoas tanto online quanto offline para cancelarem marcas que têm atitudes consideradas inadequadas para o período da pandemia. Este ato consiste em bloquear e provocar outras pessoas a fazerem o mesmo, evitando compras e consumos relacionados à marca em questão.
Rodrigo Saporit, especialista e professor de Gestão de Empresas do Centro Europeu, destaca que “qualquer um que for ostensivamente contra os comportamentos indicados para a prevenção do coronavírus, pode acabar cancelado. Esse movimento de cancelamento pode fazer com que as pessoas deixem de consumir a sua marca, por isso é importante saber como se posicionar e o que dizer. Deixar de se manifestar sobre o assunto é uma opção, mas se há o interesse de demonstrar suas ações perante a crise é preciso planejamento antes de agir”.