Iniciativa mostra que a radiodifusão pode impulsionar ganhos com vendas no dial e no digital.
por Amanda Yargas
O governo federal vai investir em mídia online nas emissoras de rádio do Paraná. O acordo foi feito durante visita à Brasília, onde a Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (Aerp) apresentou à Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) essa possibilidade de inserção e abriu novas possibilidades para a radiodifusão de todo o país.
“É algo muito inovador, que não existe em nenhum outro lugar do Brasil”, salienta Ticiane Pfeiffer, superintendente da Aerp. “É algo que estamos construindo juntos, sem precedentes”. A parceira da Aerp nesse projeto é a Nextdial, empresa de tecnologia e marketing digital especializada em rádio.
A iniciativa em parceria possibilitou o cadastro da plataforma da Nextdial no Midiacad, sistema da Secom, que controla todos os fornecedores de mídia do governo federal. “A Aerp está fazendo um trabalho pioneiro de mapeamento dos requisitos necessários para as emissoras participarem dos investimentos que o governo faz nos veículos digitais. Parte desse trabalho envolve habilitar a emissora a poder receber futuramente esse tipo de verba”, conta Thiago Fernandes, diretor da Nextdial. Segundo ele, “a Aerp foi a campo e conseguiu operacionalizar algo inédito no Brasil, que coloca o radiodifusor no mesmo poder de briga que os grandes veículos digitais”.
Vantagens da radiodifusão frente a outros domínios digitais
O diretor da Nextdial avalia que o rádio tem vantagens se comparado a plataformas que comercializam sites e aplicativos em larga escala: a confiança e a regionalização.
Em relação à confiança, são dois pontos que se inter-relacionam e surgem como vantagem para o anunciante que vai investir em publicidade no streaming. O rádio continua no topo dos meios de comunicação com mais credibilidade, além disso, ele é brand safety (segurança da marca). Thiago relata que um dos maiores desafios na esfera digital é ter certeza que uma propaganda ou publicidade está sendo exibida em um site adequado. “O que acontece bastante é que pela facilidade de se criar sites que se conectam com sistemas de propaganda, o anunciante acaba tendo a sua marca veiculada num site de apostas ou outro tipo de conteúdo impróprio”.
O segundo ponto é que, como as rádios são concessões do governo federal, o anunciante tem a garantia de que a empresa existe, onde ela se encontra, que possui responsabilidade civil e foi homologada pela esfera pública, regras que não se aplicam ao grande mar da internet.
No tocante à regionalização, o Streaming da emissora tem escala mundial e forte presença e influência nos locais sede das emissoras, o que torna a escolha certa, de fácil operacionalização, quando o objetivo é entregar um anúncio em uma região específica.
Sem competição: streaming é oportunidade extra de faturamento
Thiago Fernandes reforça que o ouvinte vai estar conectado ou no dial, ou no streaming, e não nos dois ao mesmo tempo. “Então quando eu estou entregando uma propaganda para ele no streaming, a rádio não está deixando de faturar com o break, o ouvinte vai escutar o break no streaming igual ele escutaria no FM. Não tem uma sobreposição”, afirma.
“O que acontece é que a emissora passa a ganhar também fora do dial”, explica Thiago. Para que isso fosse possível, foi necessário preparar as emissoras de rádio do estado para possibilitar ofertar, veicular e ter essa execução fiscalizada por empresa terceira.
Ao iniciar o streaming, o ouvinte recebe primeiro um único spot curto, com duração máxima de 20s. Ao final do spot uma empresa de fiscalização rastreia e valida a execução. É possível garantir ao anunciante a quantidade exata de ouvintes para os quais o conteúdo foi entregue e que ouviram o spot até o final.
Assim, o processo de distribuição de recursos também é diferenciado. O pedido de inserção (PI) é único e é encaminhado à Nextdial. Ela faz a distribuição dos anúncios para as emissoras, de acordo com o perfil da campanha e os requisitos definidos pelo anunciante. O pagamento é feito considerando as execuções fiscalizadas seguindo a lógica e a mecânica consolidada no meio digital. Ou seja, por reprodução efetiva.
Por isso, vão ter mais retorno aquelas emissoras que investem nas plataformas online. “Primeiro é preciso fomentar essas plataformas. A Aerp já vem falando sobre isso há muito tempo. Nos congressos, nos encontros regionais, nas capacitações online. É preciso entender o que o mercado está buscando e aproveitar as oportunidades. Muito mais do que rádio somos produtores de conteúdo, somos áudio! E esse áudio pode ser consumido em inúmeros devices.”, ressalta Ticiane.
Primeiros passos para explorar os anúncios digitais
E não adianta apenas estar presente no online, mas continuar trabalhando com a lógica do offline, indica a superintendente, “é preciso fazer um bom trabalho e aprender como mostrar isso na parte comercial”, pontua.
Atualmente, 104 emissoras do Paraná já usam o serviço da Nextdial. As características específicas dessa plataforma fazem com que a venda de anúncios para o streaming também ganhe novos modelos. O streaming pode ser um produto premium, que vai dar apoio à venda do dial, ou pode ser um produto de entrada, que vai oferecer um ticket menor para novos anunciantes. Por isso, ele pode ser tanto usado para atrair novos anunciantes, quanto para compor uma oferta. O que vai determinar isso é a abordagem comercial da emissora.
O diretor da Nextdial indica o passo a passo:
1 – Estudo de audiência para indicar o potencial faturamento, quando e como o ouvinte escuta aquela emissora;
2 – Acompanhamento comercial para entender qual a melhor forma de atender as necessidades dos anunciantes e ajustar o discurso para incluir o streaming no mídia kit;
3 – Estruturar um pitch de vendas atrativo e assim mostrar as vantagens e possíveis resultados.
Para fazer parte da rede de rádios que oferecem marketing digital via streaming, entre em contato com o setor comercial da Aerp pelo (41) 3252.1700.