Dados da edição do Atlas de 2020, mostram que o rádio segue como a principal mídia do Brasil. Mesmo nas cidades consideradas “desertos”, o rádio supre essa lacuna e leva informação à população, independente das condições geográficas
O Projor (Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo) anunciou o início da campanha para a 5ª edição do Atlas da Notícia, o mais completo censo sobre o jornalismo local no Brasil. Com apoio da Abraji, a nova edição visa atualizar o mapa dos veículos jornalísticos nos 5.570 municípios brasileiros e obter informações sobre fechamento de empresas de comunicação e novas iniciativas surgidas desde a última edição, publicada no início de 2020.
Entre as novidades desta edição do Atlas estão o lançamento de um novo site para a divulgação dos resultados, prevista para o início de 2022, e a realização, na sequência do censo, de uma pesquisa aprofundada sobre a realidade das organizações de mídia local no país. Os dados coletados e atualizados pelo censo são uma base consistente para que pesquisadores de todo o Brasil possam orientar novas investigações sobre o jornalismo no país.
Dados de 2020: rádio segue como a principal mídia no Brasil
Publicada em janeiro de 2020, a quarta edição do Atlas registrou o surgimento de 1.170 novos veículos digitais no país, tornando-se a segunda maior categoria no Brasil, atrás apenas de rádios. Os desertos de notícia encolheram 5,9% na pandemia e, mesmo assim, 3.280 municípios não contam com um veículo de comunicação que faça cobertura local. Já a população em desertos de notícia teve queda de 9,6%, para 33,7 milhões de habitantes.
No entanto, uma matéria publicada pela Aerp (Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná) com base no Atlas, mostra que o rádio é o meio de comunicação mais presente no Brasil (35,5%), e no Paraná (32%). Ou seja, mesmo nas cidades consideradas “desertos”, o rádio supre essa lacuna e segue levando informação à população, independente das condições geográficas.
Para se ter uma ideia, as 317 emissoras associadas à Aerp contemplam todo território paranaense, abrangendo uma população de 11,08 milhões de pessoas.
Diferente do que mostra o Atlas, as cidades que não contam com a presença física da mídia, seguem recebendo notícias locais por meio do rádio. Isso mostra que o rádio segue servindo como suporte democrático à população dos pequenos municípios. Afinal, nas regiões onde não há energia elétrica, o rádio a pilha é a única forma de contato que algumas famílias têm com o mundo. É por meio do rádio que se faz o elo entre o cidadão e a sociedade, o que evidencia a importância desse meio de comunicação para a sociedade.
Com informações da Abraji.