Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Ser generoso pode estimular a inovação e a renda

Por Comunicação. Publicado em 23/04/2020 às 10:04.

A pandemia do coronavírus, que representa um perigo para a saúde, também está refletindo na economia. Porém, começamos a entender mais sobre o social, ou seja, entender que não é mais só sobre você ou sua empresa, mas sobre quem está em volta e como podemos nos conectar com as pessoas verdadeiramente.

Lawrence Bacow, presidente da Universidade de Harvard, reforçou que “ninguém sabe o que enfrentaremos nas próximas semanas, mas todos sabem o suficiente para entender que a covid-19 testará nossas capacidades de generosidade e de enxergar além de nós mesmos e de nossos próprios interesses”.

Muitas empresas já entenderam que se não é possível ter um alto consumo financeiro das pessoas, pode-se estar ao lado delas de diversas formas e aumentar o seu banco emocional com o consumidor, que poderá ser utilizado lá na frente, possivelmente com maiores rendimentos que uma compra forçada neste momento.

O consultor e colunista da Inc.com e do TED, Damon Brown, em seu mais recente artigo publicado na Inc.com “Como ser generoso pode ajudar sua empresa a sobreviver” destacou algumas ações de solidariedade.   

O Hilton DoubleTree divulgou sua famosa receita de biscoitos, o segredo da receita era guardado desde 1986, quando foram criados os biscoitos de boas-vindas DoubleTree. O AirBnB lançou as “Experiências Online”. Em resumo, você recebe uma visita virtual guiada a um assunto específico, como degustação de vinhos com um mestre sommelier.

Segundo Brown, essas ações mantêm as marcas na mente do consumidor e mostram sua generosidade. “Nos dois casos, essas empresas estão tentando manter a atenção dos clientes até que acabem as restrições de viagem. Oferecer extras ou surpresas aos seus clientes pagantes é uma maneira maravilhosa de ficar em primeiro lugar. É uma maneira simples e inteligente de manter aqueles que você atende próximos”.

Empatia

Na última edição do “Aerp Ao Vivo”, Fernando Morgado, consultor, palestrante e escritor, ressaltou que a solidariedade gera empatia e ajuda na construção da marca. “Não basta só fazer as ações, é preciso comunicar, dizer que faz e o que está fazendo. Essas ações não geram retorno de vendas, mas ajudam na construção de marca. As pessoas não irão se esquecer, quando tudo passar vão se lembrar”.

Esse conceito é reforçado pela coeditora do Oxford Handbook of Corporate Social, Abigail McWilliams. Para ela, a responsabilidade social é estratégica. “Em momentos como este, quando os clientes são altamente sensíveis, a responsabilidade social corporativa é um investimento estratégico para a empresa”.

Um ponto importante reforçado por Damon Brown é a mentalidade coletiva. “Ao encontrar maneiras socialmente seguras de apoiar seus clientes, o AirBnB, o DoubleTree e outras empresas de viagens estão apoiando a quarentena – mesmo que seja contra o seu negócio. Se sua intenção é servir, você se preocupa com a experiência de seus clientes antes, durante e, idealmente, mesmo depois de faturá-los. E, como eu e outros líderes aprendemos, você pode encontrar uma nova fonte de receita que permanece ativa após o término da crise comercial”.