Diversificar e se tornar uma empresa “versalista” – neologismo que expressa a oposição à palavra especialista – é uma questão de estratégia alinhada ao propósito da organização.
Não são todas as empresas que têm vocação para diversificar. Para ser uma empresa versalista é fundamental ter aptidão para a versatilidade, alerta Rodrigo Rocha, vice-presidente de marketing do UnitedHealth Group Brasil e do UnitedHealthcare Global. Em seu recente artigo (Empresa versalista: o futuro já começou) para o portal Meio & Mensagem, ele comenta que as empresas versáteis têm um desejo constante por desenvolvimento, crescimento e evolução que se expressa ao aproveitar oportunidades, melhorar a vida do consumidor, revolucionar mercados e fazer o futuro. “A aptidão está em criar a musculatura necessária para essas iniciativas por meio de uma estrutura de gestão capaz de reconhecer e reter talentos, de uma política financeira capaz de entender as necessidades dos projetos, de um marketing visionário e, acima de tudo, de sinergia entre os diferentes setores”.
Diversificar é um grande desafio, pois exige uma forte mudança cultural e a construção de um novo mindset em toda a organização, começando pela liderança. De acordo com Milena Seabra Ferreira, vice-presidente de comunicação integrada do IBEF-PR (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Paraná) e especialista em Transformação Digital e Design Organizacional, ser uma empresa “versalista” é estar aberta para explorar as oportunidades sem medo de arriscar e sem ficar presa ao paradigma de ser uma empresa especialista e monolítica. “O sucesso do passado não garante o sucesso do futuro. As organizações precisam estar dispostas a se reinventarem se quiserem continuar sendo relevantes para o consumidor”.
Erros são aprendizados
As empresas versáteis são aquelas que constantemente questionam sua proposta de valor, estão centradas no cliente e tem uma forte cultura de inovação, com estruturas menos hierarquizadas, processos que incentivem a experimentação, uso de metodologias ágeis e, principalmente, que encaram os erros como aprendizados. “Se não há espaço para errar, não há espaço para arriscar, consequentemente não há espaço para inovar”, ressalta Milena.
Propósito forte, comunicação assertiva e principalmente uma liderança inspiradora, são as características marcantes das empresas versáteis. Segundo Milena, essa combinação potencializa a entrega de valor que acontece através das pessoas. “A empresa que quer ser versátil precisa apostar na diversidade e construir um time com pessoas com diferentes formações técnicas e histórico pessoal para facilitar a inovação e o processo criativo”.
Não é preciso mudar o portifólio para diversificar. Milena acredita que uma empresa “versalista” é aquela capaz de fazer coisas diferentes com a mesma habilidade que faz coisas especificas. “As organizações precisam buscar a versatilidade para serem capazes de inovar, terem agilidade para entregar valor para o seu consumidor e para encontrarem as melhores oportunidades, mesmo que isso exija uma forte mudança no seu modelo de negócio. A verdade é que o empreendedor precisa constantemente se autodesafiar, questionar o status quo e ter coragem para reinventar seu modelo de negócio antes que seja engolido pela concorrência”.