O empresário Paulo Pimentel relembra como consolidou e expandiu a rede de comunicações do GPP (Grupo Paulo Pimentel) pelo estado. Desde as aquisições do Jornal Estado do Paraná e Tribuna do Paraná, passando pelas dificuldades políticas impostas pelo regime Geisel, no final da década de 1970, até a venda para o comunicador Carlos Massa, o Ratinho.
Por Germano Assad
Nesta semana,a série comemorativa dos 60 anos da TV no Paraná conta a história do GPP (Grupo Paulo Pimentel), e da Rede Massa. Com um alcance raro, já na década de 1960, forte presença e grande distribuição a nível estadual, com os jornais Estado do Paraná e Tribuna do Paraná, o empresário consolidou o grupo de comunicação ao vencer edital de licitação do Canal 4 em Curitiba.
“Acabei ganhando a concessão, fundamos o Canal 4, construímos até o prédio onde hoje ainda funciona a emissora”. Percebendo que já não se lia mais jornais com a mesma frequência de antigamente, o empresário decidiu entrar em mais uma concorrência pública, antevendo a nova tendência do setor.
Desta vez, na cidade de Apucarana. “Concorri, e ganhei, até porque concorri sozinho. Aí já formei o meu grupo, jornal Estado do Paraná e Tribuna do Paraná, TV Iguaçu e TV Tibagi. A televisão predominava no campo da informação. A grande audiência do noticiário era de rádio e televisão”.
Paulo Pimentel, que chegou a ocupar a cadeira de governador do estado, também inaugurou emissoras em Londrina (TV Cidade) e Foz do Iguaçu (TV Naipi), sempre conciliando a vida de empresário com a de político, o que lhe rendeu grandes problemas. Paulo Pimentel também foi presidente da Aerp por dois mandatos, de 1989 a 1991 e de 1991 a 1993.
“Um dia fui chamado pelo chefe do gabinete civil do presidente Ernesto Geisel, ele comunicou que iriam rasgar o contrato que eu tinha com a Rede Globo. Rasgaram, em uma noite encerraram as atividades da Rádio Iguaçu, e trancaram o sinal da Iguaçu. Pouco tempo depois cortaram a Rede Globo da nossa estrutura. Fomos em frente, e lutamos durante 10 anos sem amparo de programação nenhuma”.
Com o passar do tempo, diante das dificuldades e com as estações deficitárias, o GPP foi incorporado pela Rede Massa, de Carlos Massa, o Ratinho. “A mudança foi só de nome. Dr. Paulo continua sendo meu amigo, meu irmão. É um dos homens que mais me incentivou e manda mais do que eu na emissora”, brinca o comunicador do SBT.
Ratinho acredita que o futuro da TV é seguir sendo a grande ‘fabricante de conteúdo’, como sempre foi. Para ele internet e televisão estão se juntando. “Acho que todo canal vai ter seu streaming, seu canal para jogar em todas as telas”.
Ratinho também aposta que o telespectador vai continuar vendo televisão sim, no celular e na internet. “A TV aberta nunca ganhou tantos espectadores como agora, a pessoa assiste dentro do ônibus, vê a novela no ônibus, vê o Ratinho no táxi, no uber, então é isso que a TV vai virar, e vai continuar sendo este grande teatro da vida”.
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